“Cuidar da alimentação dos filhos é um ato de amor”, lembra a nutricionista do Colégio Batista Mineiro, Mercedes Campolina. A questão, porém, é que, em meio à correria do dia a dia, elaborar um lanche escolar saudável não é uma tarefa fácil de cumprir. Se a missão for deixá-lo atrativo aos olhos de crianças e adolescentes, fica mais difícil ainda, principalmente quando a ideia é fazer um cardápio saboroso. Mas não se preocupe! Caso tenha se identificado com essa realidade, a boa notícia é que há estratégias para facilitar esse trabalho.
Para começar, Mercedes ensina que é preciso considerar as necessidades nutricionais que o ser humano tem. “Comer bem significa ingerir vários tipos de alimentos e nutrientes, incluindo verduras, frutas, legumes e cereais, todos os dias e de forma balanceada”.
E se a criança ou o adolescente não gostar de nada disso? “Quando há rejeição a um alimento, o primeiro passo é verificar se há algum desconforto físico, como dor, mal-estar e febre. Visto isto, é preciso ter sempre em mente que o processo de educar exige informação, exemplo, paciência e perseverança. Podemos negociar algumas coisas, mas o adulto deve estar no controle da situação. Não podemos negociar a saúde”, avalia Mercedes.
Participação dos filhos
A nutricionista ressalta, contudo, que a alimentação não tem o propósito de promover apenas saúde, bem-estar e desenvolvimento físico, uma vez que também significa prazer, afeto e comunhão. Sendo assim, as preferências alimentares dos filhos podem ser contempladas, desde que não prejudiquem a promoção da saúde. “Podemos ser rigorosos sem sermos rígidos”, pontua.
Uma dica é, então, deixar que os filhos participem da preparação dos lanches, pois, além da oportunidade de opinarem sobre o que gostam, é uma forma de proporcionar momentos de troca em família. “Esse é um momento de aprendizado, de repassar valores e fazer reflexões importantes sobre a saúde, o desperdício, as nossas memórias alimentares, entre outros”, afirma Mercedes.
3 erros comuns na hora de preparar o lanche:
1. Pensar que devemos considerar somente o prazer, enviando todos os dias apenas lanches que agradam o paladar dos filhos, sem garantir que esses alimentos também forneçam os nutrientes fundamentais para o desenvolvimento da criança.
2. Enviar uma quantidade excessiva por receio de o filho sentir fome. Isso concorre para o desperdício ou até para a superalimentação, que é um dos fatores da obesidade infantil.
3. Selecionar em excesso alimentos industrializados, ultraprocessados e com calorias vazias.
O que incluir no lanche
Para auxiliar as famílias nesta missão, a nutricionista Mercedes Campolina levantou uma série de opções que podem ser incluídas no lanche das crianças e adolescentes. Confira!
Proteínas
Alimentos: iogurte, leite fermentado, queijo, requeijão, patês com frango ou atum, requeijão e bebidas lácteas.
Funções: responsáveis pela construção e reparação das células e tecidos. Atuam na defesa do organismo e ajudam no crescimento.
Lipídeos
Alimentos: castanhas, manteiga (com moderação) e queijo.
Funções: transportam vitaminas A, D, E, K. Mantêm a temperatura do corpo. São fontes de energia.
Água
Alimentos: água de coco, água mineral, chás naturais e sucos naturais (de preferência, sem adição de açúcar, corantes e outros aditivos químicos intencionais).
Funções: hidrata o corpo. É importante nos processos da respiração, circulação, absorção e excreção.
Vitaminas e sais minerais
Alimentos: frutas variadas, patê de cenoura e outros vegetais com requeijão, sementes e castanhas, frutas secas.
Funções: participam de todos os processos metabólicos do corpo. Previnem deficiências nutricionais como anemia.
Fibras
Alimentos: pães, biscoitos e cereais integrais, frutas frescas e sucos naturais não coados.
Funções: auxiliam no funcionamento intestinal. Ajudam no controle da absorção de gorduras e açúcares.
Carboidratos
Alimentos: mel, rapadurinha, frutas secas, pães e biscoitos integrais, cereais em barra.
Funções: representam a principal fonte de energia para o corpo.