A Roda de Conversa, conhecida como Rodinha na Educação Infantil, é uma prática social vivenciada pelas crianças do Maternal III em seu cotidiano escolar. Um momento de comunicação experimentado num coletivo, de modo significativo e preservando uma interlocução entre os alunos.
O objetivo da roda de conversa, para o curso, é o diálogo ou bate-papo, troca de palavras, de opiniões, ideias e de informações entre o educador e as crianças. Neste contexto há a partilha e confronto de ideias, proporcionando à turminha, tanto na totalidade como no individual, um conhecimento expressivo de si e do meio em que vive.
De acordo com o cientista bielorrusso Lev Semenovitch Vygotsky, as funções psíquicas humanas, como a linguagem oral, o pensamento, a memória, o controle da própria conduta, a linguagem escrita, o cálculo, antes de se tornarem internas ao indivíduo, precisam ser vivenciadas nas relações entre as pessoas: não se desenvolvem espontaneamente, não existem no indivíduo como uma potencialidade, mas são experimentadas inicialmente sob a forma de atividade interpsíquica (entre pessoas) antes de assumirem a forma de atividade intrapsíquica (dentro da pessoa). Se a apropriação da linguagem oral, do pensamento, da memória, da linguagem escrita e do cálculo resulta de um processo de internalização dos processos externos, então a ação do educador é de suma importância para dirigir intencionalmente o processo educativo (MELLO, 2000, p.31).
No Maternal III a rodinha é uma atividade diária e em um momento estabelecido, entretanto, pode acontecer em outras diversas oportunidades como após a contação de histórias, conversas formais e informais, Momento Cívico, aulas especializadas… quando situações de conflitos surgem e precisam ser resolvidas e/ou decisões precisam ser tomadas etc. Nesses acontecimentos a roda é apreciada como espaço democrático, almejando alcançar a socialização, estabelecer ligações afetivas ou moral, desenvolver o raciocínio lógico e ampliar o papel de sujeitos críticos. Assim como, nesse trabalho educacional, as concordâncias de regras sociais e construções coletivas de combinados são elaboradas e efetivadas, a linguagem oral é desenvolvida processualmente, além de permitir que o educando dê a conhecer os seus desejos, sentimentos, suas novidades, entre outros. […] momento privilegiado de diálogo e intercâmbio de ideias. Por meio desse exercício cotidiano as crianças podem ampliar suas capacidades comunicativas, como a fluência para falar, perguntar, expor ideias, dúvidas e descobertas, ampliar seu vocabulário e aprender a valorizar o grupo como instância de troca e aprendizagem. A participação na roda permite que as crianças aprendam a olhar e a ouvir os amigos, trocando experiências. Pode-se, na roda, contar fatos às crianças, descrever ações […] ler e contar histórias, cantar, declamar poesias, dizer parlendas etc. (BRASIL, 1998, p. 138).
As Rodas de Conversas normalmente são efetuadas na sala de aula, porém, não é um protótipo preestabelecido, a interação também ocorre nos variáveis locais do Colégio Batista – pátios, jardins, quadras, embaixo de uma árvore, Biotério, Campão, e outros. Sempre visando nos momentos de roda o ensino-aprendizagem, significando-a de forma lúdica (feito através de jogos, brincadeiras, atividades criativas), e sendo solidificada na organização do trabalho pedagógico.
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