Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) teve um aumento expressivo em cadastro de jovens eleitores entre 16 e 18 anos. Foram 2.042.817 novos votantes em todo Brasil. De acordo com o TSE, os números atuais superaram todos os marcos já registrado pela Justiça Eleitoral. Apesar do número de cadastros, não é certo se todos os novos eleitores sabem o real funcionamento de um processo eleitoral.
E se todos os estudantes pudessem experimentar um turno de pleito, na prática? Foi pensando nisso que o Colégio Batista Mineiro – Unidade Floresta – Séries Iniciais desenvolveu com as turmas do 6º ao 9º do Ensino Fundamental um projeto audacioso.
Os estudantes participaram da eleição do Câmara Mirim 2022. Criado há mais de uma década, o projeto propicia o exercício da democracia ao discutir as funções do Legislativo Municipal e suas contribuições para o Estado Democrático de Direito. Os estudantes das escolas participantes são convidados a pensar soluções para os problemas de Belo Horizonte, resultando em proposições normativas (projetos de lei e resolução) e indicações (para outros órgãos) elaboradas pelas vereadoras e vereadores mirins.
De acordo com o coordenador Breno Silveira, o Colégio foi a única instituição privada a participar do projeto em 2022, com a candidatura de cinco vereadores mirins – desses, dois foram eleitos na última sexta (27). Os estudantes representarão a escola nas simulações do plenário. “Além de preparar os futuros eleitores, com noções de democracia e cidadania, o projeto Câmara Mirim é totalmente apartidário, sendo realizado e organizado em parceria com a Câmara Municipal de Belo Horizonte e com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TREMG)”, diz.
As turmas realizaram, recentemente, uma visita a Câmara Municipal e experimentaram simular atividades reais do cotidiano dos membros da Câmara. Os estudantes participaram de discussões, votações, reuniões legislativas e, por fim, apresentaram um projeto de lei que poderá ser votado no plenário da câmara e efetivado na cidade. Entre os candidatos participantes da Unidade Floresta, estavam: Eduardo Henrique Gandra (9ºD); Emanuela Fernandes (9ºG); Jeniffer Figueiredo (9ºF); Maria Eduarda Flor (9ºA) e Rafaela Braga (9ºC).
Dos estudantes acima, duas foram eleitas vereadoras mirins, Emanuela Fernandes (9ºG) e Rafaela Braga (9ºC). Apesar da pouca idade, as estudantes da Unidade Floresta, se envolveram no projeto buscando soluções para a comunidade estudantil. Para Emanuela, é necessário dar voz aos estudantes e fazê-los desenvolver seus argumentos e senso crítico, mediante a discussões importantes, como política e sociedade. “Acho muito importante, o estudante desenvolver o seu autoconhecimento, sua consciência política, suas virtudes morais, de forma, que possam caminhar e e não ficar aquém das situações sociais”, diz.
Já Rafaela promoveu uma campanha voltada para as melhorias de ensino, cujo foco envolve matérias que que vão além, da educação básica. “Todas as matérias têm sua importância, no entanto, é necessário pensar na vida pós escola e trazer ao ensino estudantil, coisas práticas, que possamos levar como conhecimento para o cotidiano”, afirma. Na idade de desenvolver potencialidades, Rafaela e Emanuela mostraram que ideias não faltam para trazer o melhor para os estudantes. “Já participamos de outras edições, mas o que torna interessante, dessa vez, é o retorno dos meninos ao convívio social. Após dois anos reclusos, eles têm a oportunidade de protagonismo. Os estudantes retornaram com visita a Câmara Municipal dos Vereadores de Belo Horizonte, tendo uma imersão no poder legislativo, podendo ser voz atuante do cidadão”, diz Breno Silveira.
Breno reforça ainda, a participação do coordenador de Ciências Humanas, Fábio Baião, que participa com afinco desse projeto e do professor de história, Rodrigo Pleti, que instruiu as meninas para o Câmara Mirim 2022. De acordo com Emanuela, está sendo uma experiência única, esse momento. “Me sinto honrada em fazer parte do projeto e quero dar o meu máximo para representar todas as pessoas que me escolheram. Isso vai ser um aprendizado muito grande, não só para a minha formação acadêmica, como experiência pessoal, também”, diz Emanuela.