Reconhecer-se em seu contexto histórico e cultural, saber relacionar-se, desenvolver criatividade, atuar com autoconfiança, buscar ser um cidadão do bem. Essas são algumas habilidades essenciais para o profissional que almeja destacar-se nesse mundo marcado por mudanças constantes. Nesse sentido, mais do que ser excelente em disciplinas como português e matemática, é essencial compreender e administrar as próprias emoções e ações.
Pensando nisso, há quase duas décadas o Colégio Batista Mineiro investe na formação socioemocional dos estudantes. Trata-se de um projeto de educação, cuja proposta é fundamentada em valores éticos e morais.
Estudante da unidade Betim, Pedro Henrique Carvalho Ferreira, do 9º ano, pode dizer que tem “sentido na pele” os efeitos do projeto. “Eu era um menino difícil, não tinha respeito pelos colegas de classe até chegar ao 5º ano. Uma professora minha da época me ajudou muito. Eu me lembro de um dia em que ela me falou sobre se colocar no lugar do outro. Aquilo me marcou”, recorda. A partir daquela lição, Pedro conta que começou um processo que transformou sua vida. “Hoje, tenho vários amigos, consigo tratar todo mundo bem, porque realmente passei a me colocar no lugar das pessoas”, relata Pedro.
A professora que tanto marcou a vida do estudante é Adriana Luiz, atualmente coordenadora pedagógica do 4º ao 7º ano da unidade Betim. “Em sala de aula, trabalhamos conforme as diretrizes do projeto de educação socioemocional do Colégio. Por isso, a primeira regra que estabeleci com as turmas é praticar o amor ao próximo. Então, por exemplo, quando era necessário, perguntava para o Pedro: ‘Qual é a nossa primeira regra?’. Com o passar do tempo, houve uma mudança de comportamento nítida na vida dele”, destaca Adriana.
Impacto na sociedade
Conforme destaca o diretor-geral da Rede Batista de Educação, professor Valseni Braga, resultados como esse têm sido possíveis porque o projeto de educação socioemocional é pautado em uma dinâmica metodológica ativa. Isso significa que a iniciativa proporciona uma constante formação da ética e da emoção de todos os participantes, ou seja, estudantes, educadores e familiares, baseados em um trabalho de permanente diálogo com as habilidades socioemocionais.
“Sendo assim, a nossa proposta pedagógica visa repercutir o que é ensinado no Colégio também nas famílias e na sociedade, tornando-a um lugar melhor para se viver. Afinal, educar é colocar o saber em ação”, afirma o diretor-geral.
Repercussão nas famílias
E é justamente isso que se vê na casa da contadora Viviane Paiva Chacon, uma vez que os efeitos do projeto de educação socioemocional do Batista estão impactando toda a família. Ela é mãe do Matheus, estudante do 2º ano da unidade BH Buritis. “O Matheus fala com a gente que não interessa a roupa, a cor ou o que o outro faz, porque o importante é respeitar as pessoas, independentemente de quem seja. Ele tem absorvido muita coisa da escola. Tenho percebido que os valores aprendidos no Batista fazem uma diferença muito grande na vida dele e até para a gente também. Temos aprendido com ele”, compartilha Viviane.
Estrutura do projeto socioemocional
Em todas as unidades do Colégio Batista, o projeto de educação socioemocional trabalha as emoções, levando em consideração os fatores da personalidade e a transcendência (o sujeito para além de si mesmo), por meio de:
1. Comunicabilidade (extroversão): desenvolver a autoconfiança, a assertividade, relacionando-se socialmente em respeito ao outro, com discrição.
2. Inovação e experiência: pensar e desenvolver novas maneiras de conhecer artes, expressões culturais, filosofias, estilos musicais e imaginação; enfrentar desafios.
3. Estabilidade emocional: vivenciar possibilidades de estabilizar-se emocionalmente com relação às frustrações, à opinião do outro, acreditando na própria capacidade e sendo persistente na realização das tarefas.
4. Consciência: perceber-se capaz de realizações, delineando objetivos de vida e agindo com ponderação e empenho nas atividades que desenvolve.
5. Socialização: desenvolver atenção, autoconfiança e sociabilidade, buscando relacionar-se com cordialidade, na promoção do bem-estar de todos.
6. Autotranscendência: expandir os limites pessoais, desenvolvendo o exercício de ir além de seus interesses, para reconhecer o outro, refletir sobre o sentido da existência e o exercício da espiritualidade.
O Colégio Batista Mineiro utiliza o material didático do programa socioemocional Bene.