Entraram em vigor, neste mês de fevereiro, as diretrizes do Novo Ensino Médio. Se antes os estudantes tinham disciplinas obrigatórias e possuíam pouca opção na grade curricular, a nova modalidade de ensino passa a oferecer diversidade de aprendizagem e oportunidades para a escolha do futuro profissional do estudante.
A implementação dessa nova proposta foi apresentada às turmas da 1ª série do Ensino Médio, a fim de esclarecer os alunos que ainda se sentiam perdidos nesse começo. Os componentes acrescidos a esse novo modelo seguem as diretrizes da Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e possuem Itinerários Formativos, que constituem um conjunto de projetos, disciplinas e oficinas que os discentes poderão escolher para estudar ao longo do ano.
O professor de Biologia, Pedro Freitas, explica essa mudança na carga horária das disciplinas. “No Ensino Médio tradicional, temos as conhecidas disciplinas de Biologia, Química e Física. Com a prática do Novo Ensino Médio, essas matérias tiveram sua carga horária reduzida para dar lugar aos Itinerários Formativos. O nome dado agora às disciplinas básicas é Formação Geral Básica (FGB)”, completa.
Um dos Itinerários adotados é o “Fechando a Conta”, conduzido pelo professor de Matemática Renato Nogueira, que pretende desenvolver com os alunos a habilidade financeira. “Divido esse assunto em quatro etapas: na primeira, vamos compreender como consumir de uma maneira mais consciente e correta; no segundo momento, vamos desenvolver diferentes formas de ganhar dinheiro. Na terceira fase,
trabalharemos com juros compostos e, por fim, vamos aprender a aplicar tudo isso no nosso dia a dia”, completa.
A apresentação dos Itinerários Formativos às turmas da 1ª série produziu uma agitação nova, porém agradável. Em meio ao burburinho no auditório do Teatro Maddox, onde foi realizado a Aula Inaugural, era possível observar o brilho nos olhos dos meninos. Afinal, mudavam o status da fase estudantil, reencontravam seus amigos e tinham a responsabilidade de serem os pioneiros nesse novo modelo de ensino em uma escola que completa 104 anos de atividade em março.
De acordo com a diretora das Séries Finais, Cláudia Arruda, o Colégio Batista Mineiro – Unidade Floresta conseguiu, mesmo em um contexto de pandemia, trazer o melhor aos estudantes. “A escola já se preocupava com o Novo Ensino Médio desde quando anunciaram a reforma. Será um ano novo de muito conhecimento e aprendizado para os estudantes e para nós, que também estamos sendo desafiados com esse novo modelo”, diz.
Além dos esclarecimentos sobre a BNCC e os Itinerários, a professora de Biologia Joyce Padilha explicou mais uma abreviação importante para o núcleo de ensino e do qual ela mesma participa: o Núcleo Articulador Interdisciplinar (NAI). “O NAI vai trabalhar com a interação das disciplinas. Por exemplo: na Biologia, o Núcleo Articulador é a prática de investigação científica. Na Prática de Investigação Científica, então, vamos ‘conversar’ com a Física e a Química, de forma interdisciplinar”.
Diante das explicações sobre essas novas siglas e significados, Ana Luiza Turani, 15, aprovou o método de ensino. “Eu escolhi estudar três dos Itinerários: ‘Muito além da influência’, ‘Educação financeira (investimentos)’ e ‘Bem-estar e saúde (a máquina do corpo)’. Gosto dessas três áreas e de como a escola organizou os estudos. Os professores também explicam bem e agregam muito ao conteúdo”, explica.