Alunos do 9º ano do Colégio Batista Unidade Uberlândia decidiram unir suas paixões por robótica e criaram uma equipe de estudos e projetos. A equipe Crazy of Robotics (COR) foi criada em 2019, quando, durante as aulas de robótica, as estudantes apaixonadas pelo programa tiveram a ideia de criar um grupo que pudesse se aprofundar mais nos temas já discutidos e estudados em sala.
De 2019 até os dias de hoje, o grupo passou por transformações, sobreviveu ao período de pandemia e atualmente é integrado por Isabella Vasconcelos de Mattos (14), Samuel Lopes de Oliveira (14) e Sarah Tosta de Souza (15). Os estudantes se reúnem de duas a três vezes por semana no contraturno do colégio para estudar robótica, trocar ideias, acertar detalhes dos projetos em andamento e compartilhar experiências. Já nas semanas que antecedem as apresentações de projetos importantes, os encontros são diários, pois muitos detalhes precisam ser ajustados. Segundo Isabella (14), “a paixão pela robótica começou com as aulas oferecidas pelo colégio e com o apoio da nossa professora e coordenadores. A partir disso, tivemos interesse nessa área e vontade em avançar cada vez mais”.
Crazy for robotics no Torneio Brasil de Robótica
Além de reforçarem o que já foi estudado em sala de aula, os alunos aproveitam as reuniões para focar em projetos maiores. Normalmente, as reuniões começam em março, já direcionadas para o Torneio Brasil de Robótica. Parte essencial do desenvolvimento dos projetos é a teoria científica do trabalho, chamado de mérito científico, que exige da equipe uma dissertação detalhada, minuciosa e cuidadosa das teorias envolvendo o tema proposto pelo torneio.
Após a conclusão do mérito científico, é hora de concentrar esforços na engenharia e na tecnologia empregadas na montagem do robô e na programação das missões. De acordo com Sarah, uma das fundadoras do Crazy of Robotics, a própria área de estudos e atuação é um incentivo diário para que o grupo continue se aprofundando nos estudos de robótica. “Nossa principal motivação é buscar e compartilhar conhecimentos desta área, bem como o interesse pelas áreas do mérito científico que, neste ano, trata da ODS-11. Esse interesse em fazer algo novo e mudar a realidade do nosso país é nossa maior motivação”, declarou a estudante.
A ODS-11, tema do Torneio Brasil de Robótica de 2022, é um dos 17 propósitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) e aborda as cidades e comunidades sustentáveis, que visam assentamentos humanos mais inclusivos, seguros e resilientes.
Ao longo dos anos, diversos temas relevantes na agenda de desenvolvimento mundial já foram abordados pela equipe. Em 2019, ano de fundação do Crazy of Robotics, o grupo trabalhou com o tema “Água para o desenvolvimento sustentável”. Em 2020, frente ao início da pandemia de COVID-19, o Torneio Brasil aconteceu de forma virtual com o tema “Fitossanidade”. Além disso, o grupo participou da Feira Ciência Viva, evento anual que compõe a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) e ganhou o prêmio de melhor projeto na votação popular. Já em 2021, o tema trabalho foi “Trabalho infantil”.
Toda essa dedicação, aliada a uma escola que não só apoia, como oferece um programa exclusivo de robótica, é essencial para o desenvolvimento dos estudantes tanto no âmbito profissional e intelectual quanto pessoal. Para Sarah, “a robótica hoje é essencial para nossas vidas; as aulas nos fazem trabalhar em grupos, respeitar e ouvir as opiniões de cada colega de equipe”, além de desenvolver o raciocínio lógico e a agilidade e precisão nas tomadas de decisões. Sarah ainda completou dizendo que “o mercado de trabalho que enfrentaremos daqui a um tempo exige que tenhamos todas essas habilidades que treinamos enquanto estamos com nossa equipe”.
Os aspectos e valores desenvolvidos no Crazy of Robotics podem ser identificados em diversas situações: persistência, valorização do trabalho e do estudo, dedicação e disciplina foram alguns destacados pelos estudantes. De acordo com Marciley Neves, diretor da Unidade Uberlândia, a robótica tem a finalidade de alinhar conhecimentos e habilidades, mas faz mais que isso ao ultrapassar o conteúdo técnico e gerar estímulos a virtudes como organização, criatividade e autonomia – além do conhecimento técnico adquirido. “Tudo isso resulta em um estudante mais organizado, autônomo e criativo, que tem ideias e desenvolve projetos, como foi com o grupo de robótica autônomo criado pelos alunos. A programação da robótica auxilia e potencializa os resultados das outras disciplinas. Ajuda os estudantes a estruturem seus pensamentos, além de desenvolverem o raciocínio lógico”, disse o diretor.
O Crazy of Robotics mostra como as atividades desenvolvidas em sala de aula refletem em diversas áreas da vida, além de abrirem possíveis caminhos para um futuro melhor. Para Samuel, o Colégio Batista não só possibilita como motiva os integrantes da equipe: “A escola tem um papel fundamental no funcionamento e no trabalho da equipe. Os professores estão sempre disponíveis a ajudar, e a escola nos possibilita atuar dentro do ambiente educacional, onde o aprendizado será maior, além do apoio de funcionários em geral da escola. É isso que nos motiva e nos faz dedicar nosso tempo e esforço para representar a nossa instituição”, declarou.
As aulas de robótica abrem portas e caminhos que, muitas vezes, são desconhecidos para a maioria das famílias. É importante que o estudante, durante seu desenvolvimento, esteja aberto a diversas possibilidades, para que quando chegar a hora de escolher qual caminho seguir, a decisão seja a mais certa possível. Para Isabella, “após o acesso e auxílio do colégio em relação à robótica, temos a possibilidade de nos desenvolver em diversas áreas e sonhar com novas oportunidades”.