Avalanche de informações desafia as escolas
Rede sociais, games, vídeos e televisão. Esses são apenas alguns dos canais responsáveis pela avalanche de informações que os jovens recebem diariamente. Uma consulta em um site de busca, por exemplo, e encontram dados sobre qualquer assunto. Além dos pais ou educadores, quem tem se reinventado para acompanhar essa realidade são as escolas. “É inegável que os alunos de hoje já não são os mesmos de cinco anos atrás, quando começamos um trabalho mais intenso de ajustar a nossa metodologia de ensino acompanhando o novo cenário. Por aqui há novos espaços de aprendizado e usamos recursos tecnológicos sim, mas como ferramenta. O ensino e a aprendizagem dos alunos seguem como prioridades”, explica Bruno Paim, gerente de tecnologia da educação do Colégio Loyola, instituição que atua em Belo Horizonte há 75 anos.
Para Christiane Silva, diretora da unidade Castelo do Colégio Batista, a escola continua tendo um papel fundamental no aprendizado e na formação do aluno, o que acontece é uma nova função. “Passamos a ter que filtrar as informações, ensinar nossas estudantes a lidarem com elas, utilizando de habilidades como análise, avaliação, comparação, crítica etc. Dessa forma entendemos que contribuímos para sua formação”, explica. “Informação solta não tem sentido, precisamos utilizar de diversas estratégias para transformá-las em conhecimento e favorecer a aprendizagem dos estudantes”, completa Silva.
Assim como tem acontecido com o modelo empresarial, segundo especialistas, a educação também precisa testar novos modelos. É o que vem acontecendo no tradicional Colégio Santo Agostinho, fundado em Belo Horizonte em 1934 e que atende, atualmente, a cerca de 8,5 mil alunos nas unidades da capital mineira (nos bairros Santo Agostinho e Gutierrez), Contagem e Nova Lima. Segundo Clóvis Oliveira, diretor da instituição, na unidade Belo Horizonte, a escola adquiriu e implantou nos últimos anos uma série de recursos tecnológicos que permitem aos alunos o acesso à tecnologia da informação e à tecnologia educacional em sala de aula. “Esses recursos vieram para dar um plus no processo educacional. Como exemplo, aqui os laboratórios são abertos e os estudantes podem trabalhar lá, mas também tem o movimento contrário, que é o laboratório se fazendo presente na sala de aula”, explica.
O novo cenário com excesso de informações requer maior habilidade dos educadores e atenção às novas demandas dessa geração tão conectada. “O aluno é outro, mas o professor também tem que ser. Está cada vez mais claro que não adianta tornar tudo tecnológico, tudo avançado e moderno, se o professor não fizer ação e o papel dele diante desses equipamentos, que é mediar o uso e transformar em aprendizagem”, pondera Oliveira. No Colégio Santa Maria, a primeira instituição de ensino de Belo Horizonte e que celebra 115 anos de fundação este ano, além de promover a aprendizagem a partir da utilização dos recursos tecnológicos, a instituição escolar utiliza as tecnologias para o exercício da criatividade, solução de problemas e desenvolvimento do pensamento crítico. “Outra frente é na perspectiva da ética e cidadania digital, orientando as crianças e adolescentes em suas rotinas de como utilizar, da melhor forma possível, e principalmente de alertá-los quanto aos perigos que existem na internet”, explica Ana Flávia Colen, diretora do Santa Maria Minas, unidade Cidade Nova. Segundo Ana Flávia, que também é coordenadora de área de informática do Santa Maria Minas, há iniciativas de conscientização da escola para uso fora da escola envolvendo os pais. “Acreditamos que esse tipo de formação pode acontecer de ‘dentro para fora’, onde os próprios alunos apresentem aos pais como utilizar a tecnologia de forma favorável”, explica.
Com esse objetivo, palestras são ministradas pelo colégio, algumas em parceria com o Ministério Público, que possui um trabalho efetivo no tema navegação segurança, além da abertura para discussões e atendimentos específicos em situações inesperadas. Outros colégios que também promovem discussões regulares com os pais sobre o uso responsável da internet e perigos do ambiente virtual são Loyola e Batista. “A parceria com as família é fundamental, acreditamos que educação é uma via de mão dupla. Sendo assim, sempre dialogamos com as famílias, orientando-as nesse sentido. Entendemos que os pais devem monitorar o acesso dos filhos (existem diversas ferramentas para isso)”, destaca Christiane Silva, diretora da unidade Castelo do Colégio Batista. Segundo a diretora também são enviados para casa sugestões de sites e links para auxiliarem os estudantes em seus momentos de estudo”.
Leia a matéria completa: Jornal Tudo BH_julho 2018