O mundo atravessou uma pandemia e agora enfrenta as consequências de uma guerra. O confronto entre Rússia e Ucrânia somam mais de 15 dias de guerra e contabilizam ao menos 900 civis feridos e mais de 12 mil mortes, entre soldados russos, ucranianos e civis. Até quando esse conflito continua, não se sabe, mas a população mundial tem sofrido impactos econômicos com efeitos prejudiciais. O motivo da guerra, sua contextualização, suas influências e outros assuntos foram esclarecidos em uma aula interdisciplinar do Ensino Médio no Colégio Batista Mineiro – Unidade Sete Lagoas.
Um momento de trocas e aprendizagens é visto em meio aos alunos dos Anos Iniciais e Anos Finais, sendo que a explicação naturalmente transcorre de maneira diferente de acordo com a idade. “Temos sempre conversado com os estudantes sobre o assunto. Nos primeiros dias, as crianças demonstravam medo, pois não entendiam a dimensão do conflito e a distância geográfica; ao longo dos dias, conversamos de modo distinto a respeito dele, explicamos o motivo da guerra, abordamos divergências de ideias e opiniões e a não aceitação. Já com os meninos do Ensino Médio, conseguimos aprofundar o assunto e preparamos uma abordagem mais formal”, comenta a diretora da Unidade Sete Lagoas, Christiane Silva.
Um dos animados com aula interdisciplinar foi o estudante Luís Otávio Alves, da 1ª série do Ensino Médio. Segundo Luís, a aula foi excelente, e ele espera aproveitar mais oportunidades como essa, ainda que não necessariamente falando sobre guerra. “É extremamente válido compreender a visão de todos os envolvidos na guerra. Além disso, tivemos contato com colegas e professores de outras turmas, proporcionando uma troca de aprendizados incrível!”, compartilha.
A ideia da intervenção, segundo o professor de Geografia Maurício Ferreira, surgiu da identificação do interesse dos próprios estudantes pelo confronto. “Nas últimas semanas, com o desenrolar do conflito internacional, houve muitos questionamentos em meio às aulas sobre a motivação e legitimidade desta questão geopolítica, assim como as implicações atuais e futuras para o Brasil e o mundo”, menciona. Com o devido apoio da coordenadora dos Anos Finais, Márcia Souza, os educadores da área de ciências humanas organizaram um momento específico e multidisciplinar para elucidar os fatos para os estudantes e oferecer a eles argumentos sólidos para tal situação.
Como não apoiar, quando a aula permite ao estudante uma aprendizagem significativa? A coordenadora defende aulas como essas, interativas e explicativas, que instiguem a participação das turmas. “O estudante exerce o protagonismo e as habilidades de maneira leve, reconhecendo-se no processo, fomentando suas potencialidades. A equipe de educadores do Colégio Batista de Sete Lagoas desenvolve metodologias ativas e planejamentos interdisciplinares, buscando o desenvolvimento integral dos estudantes através de temas atuais e competências da BNCC”.
Ainda conforme as informações de Maurício, mais dois professores participaram da atividade: Júlio Romaniuk, professor de Atualidades, Sociologia e Filosofia, e Wagner Oliveira, professor de História. “Os professores Júlio e Wagner, com suas perspectivas da História bem apuradas, se encarregaram de construir um arcabouço histórico da temática, de modo a criar a compreensão do passado do conflito para que eu, geógrafo de formação, aplicasse o contexto passado às características atuais e possibilidades futuras da questão abordada. A fluidez da abordagem permitiu, inclusive, uma sinergia que facilitou muito a exposição do tema”.
Para Eber Ludgero, estudante da 3ª série do Ensino Médio, a importância de compreender o conflito sem interesse político demonstrou um diferencial. “Foi uma experiência incrível, visto que conseguimos ter entendimento de uma situação extremamente complexa de forma bastante didática e interativa. Tivemos a visão geopolítica e o contexto histórico, que nos permitiu ver os dois lados da situação sem sensacionalismo e tendências políticas. Sem dúvida, foi um evento que agregou muito para mim”, comentou.