No Espaço Geociências existem espécies da fauna e da flora da Mata Atlântica
Há mais de 40 anos existe uma espécie de “minifloresta” dentro do Colégio Batista Mineiro – Unidade Floresta – Séries Finais para atender os estudantes em pesquisas e atividades nas diversas áreas do conhecimento e, mais regularmente, pelos componentes curriculares Ciências, Biologia e Geografia. O Espaço Geociências é um lugar arborizado, localizado atrás das quadras esportivas da escola, onde os estudantes vivenciam, na prática, estudos sobre os animais e seu habitat, grupos de plantas, sons, bem como tipos de solo, minerais, erosão, dentre outros.
O Espaço Geociência foi desenvolvido a partir do conceito de sustentabilidade e, por isso, as cercas e as mesas do local foram construídas com madeiras que seriam descartadas.
“O Geociência consiste em um lugar onde os estudantes têm contato direto com a natureza, com aulas práticas de observação e investigação científica. Com isso, eles refletem sobre a conscientização e o respeito ao ambiente que vivem, além de se tornarem grandes incentivadores da proteção e preservação ambiental”, conta a monitora de Biologia, que atua diariamente no espaço, Patrícia Soares.
Paty (como é carinhosamente chamada) aproveita para apresentar os moradores do Espaço Geociências, antigamente chamado de Biotério. Dentro desta área verde do tamanho de um parque ecológico moram rãs, ganso, galinhas, hamsters e coelhos, além de animais que “visitam” o local periodicamente, como tucanos, maritacas, coruja, gavião, micos, passarinhos e insetos de diversas espécies. Ao caminhar pela vegetação, é possível encontrar diferentes árvores, como flamboyants, jasmins, seringueiras e ipês. As frutíferas são vistas também no espaço, como limoeiros, jabuticabeiras, bananeiras e goiabeiras. Tem horta e variedade de plantas de jardim, além de uma área preservada de Mata Atlântica.
É exatamente nesse trecho preservado da Mata Atlântica que a turma do 7º ano do Ensino Fundamental pôde vivenciar, durante a aula de Geografia, como era a vegetação quando os portugueses pisaram pela primeira vez nas terras brasileiras. “Foi uma viagem ao tempo: os alunos observaram a área, o sombreamento causado pelas copas das árvores, as folhas no solo, escutaram os cantos dos pássaros, a diferença da temperatura do ambiente”, disse o professor José Carlos Árabe de Almeida.
Ele ainda conta que, para deixar a exposição da aula mais realista, levou frutos típicos da Mata Atlântica, encontrados pelos portugueses quando chegaram aqui. “O jenipapo, cupuaçu e o araticum foram alguns dos frutos que levei. Alguns alunos conheciam apenas os nomes, então foi um momento em que eles puderam pegar, sentir, observar de perto frutos que só ouviram falar”, afirma o educador.
O Espaço Geociência também foi escolhido pelo professor de Ciências, Victor Daniel, para iniciar o assunto “água” com a turma do 9º ano do Ensino Fundamental. “Aqui os estudantes se encontram com a natureza. Possibilitar este encontro e começar a falar sobre um assunto tão importante, como é a água, faz com que eles observem, analisem, vivenciem as várias utilizações da água no cotidiano e na natureza”, conta.
O Espaço Geociências para os estudantes
O ensino sobre a importância da preservação da natureza tem extrapolado os limites da sala de aula no Colégio Batista Mineiro. A instituição de ensino tem a sustentabilidade entre seus principais valores. Os estudantes reconhecem este propósito e se sentem mais integrados ao aprender, preservar, cuidar e ensinar sobre o valor do meio ambiente ao mundo.
Helena Rodrigues, de 14 anos, estudante do 9º ano, considera a interação dos estudantes com o Espaço Geociências significativo. “Neste lugar temos a nítida sensação de como a natureza e quem a habita são essenciais à vida do ser humano. Aprendemos a importância de cuidar do meio ambiente para que as futuras gerações possam viver com mais saúde e tranquilidade”, conta.
O estudante Caio Henrique, 13 anos, também do 9º ano, falou sobre a importância de o Colégio Batista Mineiro manter este lugar dentro de sua instituição, visto que nos dias de hoje é importante entendê-lo para saber como preservá-lo. “O espaço nos revela uma parte da riqueza vegetal e animal que pertencem a florestas do Brasil. Muitas estão perdendo estas riquezas, mas aqui aprendemos e somos incentivados a aprender e fazer mais pelo meio ambiente”, diz.
Manter e preservar o Espaço Geociências é um cuidado especial da escola, diz a diretora Profª Cláudia Beatriz Viana Arruda. “Faz parte da missão educacional do Colégio Batista, propiciar múltiplas experiências que contribuam para a de formação integral dos estudantes. O Espaço Geociências é um espaço didaticamente organizado e utilizado para que as aprendizagens ocorram por meio de vivências multissensoriais, alinhando o natural com o urbano, o desenvolvimento com a preservação e uso das mais variadas formas do uso da tecnologia”, conta
Caixa de areia de realidade aumentada projetor implantação
Na área arborizada que se encontra o Espaço Geociências existe uma sala que acomoda a caixa de areia de realidade aumentada usada nas aulas de Geografia. A ideia de trazer este projeto ao Colégio Batista Mineiro se tornou possível com o Itinerário Formativo: Visão além do Alcance componente principal da Geografia para a 1ª série que trabalha com Geotecnologias, aplicada a análises espaciais.
De acordo com a coordenadora de Geografia, Luciana Magalhães, a possibilidade em ter um aplicativo com realidade aumentada se tornou uma conquista quando recebeu a informação que o colégio teria um, pois, antes a simulação topográfica da curva de nível era usada manualmente com diagrama de blocos e massinha.
“Com a visualização em três dimensões, os estudantes conseguem ter uma compreensão mais nítida do assunto estudado”, conta Luciana. Ela exemplifica: “O trabalho de hidrografia, por exemplo, recursos hídricos, ao escavar a areia para formar o fundo do vale, o dispositivo, cria a chuva, e com isso, os jovens observam atentos e concentrados a demonstração do escoamento da água”.
A caixa de areia de realidade aumentada é um dispositivo de última geração que tem sido empregado para diversas formas de análises topográficas espaciais. Trata-se de um equipamento que permite interações, as quais são identificadas pelo sensor e exibidas pelo projetor, resultando em um modelo topográfico com cores convencionais cartográficas de hipsometria, ou seja, as cores mais escuras representam altitudes mais elevadas. Os estudantes podem criar modelos topográficos em tempo real, simulando várias situações problema que envolvam formas de relevo e cursos de drenagem do terreno. É possível simular, por exemplo, ocorrências de deslizamentos de terra, construção de hidrelétricas, análise dos elementos de uma bacia hidrográfica, análise topográfica por meio de curvas de nível, análise de formas de relevo, simulação de áreas de preservação permanentes (APP), preconizadas pelo Código Floresta, entre outras.