Num excelente artigo intitulado “Uma palavra aos pais”, escrito em meados de 1920, o inglês A. W. Pink (1886-1952) apresenta quatro princípios bíblicos para a educação dos filhos. Como ele mesmo afirma: “A tarefa que Deus confiou aos pais não é fácil, em especial nestes dias excessivamente maus. Entretanto, poderão obter a graça de Deus se a buscarem com sinceridade e confiança. As Escrituras nos fornecem as regras pelas quais devemos viver e as promessas das quais temos de nos apropriar”.
Pink enumera aqueles que, para ele, são quatro deveres confiados por Deus aos pais. O primeiro é “instruir os filhos no conhecimento de sua Palavra”, como está escrito: “Instrua a criança segundo os objetivos que você tem para ela, e mesmo com o passar dos anos não se desviará deles” (Provérbios 22.6 – Nova Versão Internacional). Conforme nota da Bíblia de Estudo de Genebra, “a fé bíblica demonstra uma grande preocupação com a transmissão das verdades de Deus de uma geração para outra”.
O segundo princípio é “ser um bom exemplo”, como afirma Pink: “O ensino proveniente apenas dos lábios provavelmente será ineficaz. Os filhos são espertíssimos em detectar inconsistências e rejeitar a hipocrisia”. Jesus Cristo sabia da ineficiência da mera retórica; por isso, ao lavar os pés de seus discípulos, disse: “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz” (João 13.15, NVI). Sobre isso, o teólogo protestante Albert Schweitzer (1875-1965) escreveu: “Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”.
O terceiro princípio a ser observado é “não hesitar em disciplinar”; o próprio Deus revela esta disposição ao declarar: “Eu repreendo e disciplino a quantos amo” (Apocalipse 3.19). Contrariando o desregramento doméstico que tem sido defendido e divulgado por alguns segmentos da sociedade contemporânea, a Bíblia adverte quanto aos riscos de uma criação sem limites: “A vara da correção dá sabedoria, mas a criança entregue a si mesma envergonha a sua mãe” (Provérbios 29.15, NVI).
Por fim, o quarto princípio é “sempre orar pelos filhos”; sem a súplica constante diante de Deus em favor dos filhos, todos os demais esforços serão inúteis. Uma atmosfera de oração deve permear o lar e ser respirada por todos os que nele habitam. Se concordarmos que a criação de filhos é motivo de constante preocupação para os pais, é oportuna a afirmação de João Calvino, reformador francês do século dezesseis: “A oração é o antídoto para todas as nossas aflições”.
Fonte: Ultimato (https://www.ultimato.com.br/)
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