Escola é lugar de ser acolhido, dar os primeiros passos, fazer amigos, sonhar com o futuro e aprender com o próximo, entre muitas outras possibilidades. É na primeira infância que milhares de crianças vivenciam as primeiras experiências escolares e passam a desenvolver seu potencial. Muitas chegam ainda bebês, com cerca de 4 meses, ao berçário das instituições de ensino. É uma nova fase de aprendizado para o pequeno estudante, para a família e para os educadores.
A coordenadora pedagógica da educação infantil da Unidade Uberlândia, Jesiane Maria Fernandes de Oliveira, explica que a escola é um espaço de interação e construção. É um ambiente rico de aprendizagem, e a educação infantil oferece estímulos adequados para desenvolvimento de bebês e crianças. “É nesse espaço que ela consegue estabelecer relações entre os pares, vivenciar trocas de saberes, desenvolver-se emocional, física e socialmente e abstrair de forma prática esses conhecimentos”.
Existe idade ideal para iniciar a jornada escolar?
A decisão da idade ideal para o ingresso dos filhos na escola cabe às famílias, segundo a educadora. Jesiane ressalta que a Educação Infantil está preparada para receber as crianças de zero a cinco anos de idade, oferecendo todo o cuidado, afeto e estímulos necessários ao desenvolvimento delas. “Acredito que, quanto mais cedo a criança for inserida num ambiente que favorece a educação integral, melhor será o seu desenvolvimento. Outro fator que me leva a concluir isso é que, devido ao trabalho dos pais, as pessoas precisam de parceiros nessa primeira infância, e a escola é um ambiente preparado para consolidar essa parceria”, destaca.
Berçário – ambiente preparado para o pleno desenvolvimento
Quando chega o momento de voltar para o trabalho, muitas famílias se sentem inseguras sobre a decisão de onde ou com quem deixar o(a) filho(a). O berçário é uma opção que proporciona benefícios para bebês e crianças, já que é um ambiente pensado para desenvolvimento infantil. “Um bebê que é matriculado no berçário terá, desde cedo, estímulos adequados ao desenvolvimento motor, social, afetivo e emocional. Bebês bem estimulados desenvolvem habilidades sociais de interação, de comunicação, de comportamento e outras habilidades sociais essenciais para um indivíduo”, explica Jesiane.
Desenvolvimento da criança em cada faixa etária da primeira infância
A escola deve considerar as especificidades de cada etapa do desenvolvimento dos estudantes da educação infantil. A educadora Jesiane ressalta que o papel da escola envolve o trabalho cognitivo, social, afetivo e motor de maneira adequada, levando em conta as características inerentes de cada fase e oferecendo estímulos adequados para potencializar as habilidades já conquistadas, além de promover as que favoreçam a aquisição de outras aptidões. “A escola deve oferecer o cuidado necessário a cada etapa, em um ambiente rico de afetividade, ofertando metodologias ativas que promovam a aprendizagem, buscando por meio do seu fazer pedagógico a valorização do estudante como um sujeito integral”.
Estágios do desenvolvimento humano na educação infantil, segundo Jean Piaget:
Período sensório-motor (0 a 2 anos)
A primeira etapa do desenvolvimento infantil é caracterizada pelo desenvolvimento motor. A aprendizagem ocorre por meio dos sentidos, da imitação e da exploração de objetos.
Período pré-operacional (2 a 7 anos)
Nesta segunda fase surge a função simbólica – substituição do objeto por uma representação. A atividade sensório-motora persiste no período pré-operacional, todavia de forma mais sofisticada, permitindo uma melhor exploração do ambiente, destaca a educadora.
Surge também nessa segunda fase a necessidade de buscar explicações para tudo. É a fase dos ‘porquês?’. Ocorre também o desenvolvimento das competências linguísticas. A criança usa a linguagem e a motricidade para expressar suas ideias. Ela compreende a maior parte do que ouve e o que ela fala é compreensível para os adultos. Outra competência que começa a surgir é a noção das relações de causa e efeito, a curiosidade e investigação.
As brincadeiras no processo de aprendizagem
Brincando, a criança coloca a imaginação em ação. Explora possibilidades, desafia-se, descobre, inventa e exercita a mente, colocando suas habilidades em prática. No contexto escolar, segundo Jesiane, a brincadeira estimula a iniciativa e a autonomia, proporcionando aprendizagem e desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da concentração.
“Por meio da brincadeira a criança experimenta e vivência papéis, e isso é de grande valor no processo de aquisição da sua identidade. Brincando, ela interage, conquista, se frustra e isso a constitui social e emocionalmente. Brincando, a criança pode provar concretamente os conhecimentos cognitivos próprios para a sua idade”, conclui.