Se você, pai ou mãe, assim como eu, acompanha a velocidade com que as mudanças estão chegando à vida dos nossos filhos, então posso dizer que estamos todos preocupados com o futuro deles.
A tecnologia sempre evoluiu, e por tecnologia não podemos entender somente a computação ou as telecomunicações. A tecnologia ou a inovação caminha com a humanidade desde a aurora da civilização. Da roda ao arco e flecha, da agricultura ao mundo industrial, as revoluções aconteciam suavemente e ao longo de gerações – tanto que, até o início do século passado, não era tão nítido o avanço, principalmente por que a disseminação do conhecimento era lenta.
O que mudou? A “Era da Comunicação” mudou isso. O advento da internet cria uma condição especial de agilidade na disseminação de tecnologias, serviços e produtos, na qual aqueles que deixam de evoluir, de inovar, morrem rapidamente.
Ora, se tudo está acelerado e com velocidade crescente, que mundo nossos filhos herdarão? Que vida profissional terão? O impacto de algumas inovações, como por exemplo a computação quântica, é inimaginável, alto demais para gerar especulações, mas a inteligência artificial* está chegando ao nosso dia a dia em atendimentos telefônicos e sistemas de controle industriais e logísticos. Basta ver a indústria 4.0 já sendo implantada: fábricas com robôs sendo operados por gestores robóticos (I.A*) dotados de sensores que ajustam a produção todo o tempo. Em breve, impactará profissões clássicas, como o Direito e a Medicina.
Por conta dessa percepção, podemos concluir que a adaptação das escolas a esse novo mundo está muito lenta. Hoje precisamos levantar nossos olhos e tentar ver o mundo de 15 ou 20 anos a frente! Quais competências serão necessárias então? O que um profissional do ano 2028 precisará para ser útil ao mercado? Já disse uma vez Robert Putnam: “Todos os grandes progressos de nossa sociedade ocorreram quando investimos nos filhos dos outros”. Ou seja, é estratégico para a nação o investimento na educação, mas, se investir em educação é o caminho, como podemos esperar pelo Estado? E em qual educação devemos investir? Quem está atento a este futuro?
O que já podemos vislumbrar é que, antes de tudo, nossos filhos precisarão estar prontos a aprender e se a adaptar facilmente! Este é o conceito do lifelong learning, isto é, de uma vida inteira de aprendizado.
Aprender a aprender! É o que nossos filhos precisam fazer a fim de conquistar esta condição de estar sempre prontos e compreender com agilidade o que se espera deles.
Um abraço,
Professor Jean Silveira
Diretor do Colégio Batista Mineiro Unidade Uberlândia