É inevitável, em meio ao contexto pandêmico, não falar sobre as doenças que se tornaram epidemias e pandemias mundiais. Peste negra, gripe espanhola, Aids, varíola, cólera, gripe suína (H1N1), entre outros, causaram diversos impactos sociais e econômicos no mundo. Semelhantemente ao coronavírus, todas essas doenças transformaram o modo de viver das pessoas. Assim, “O mundo das pandemias” foi o tema da 2.ª edição da Feira de Ciências do Colégio Batista Mineiro da Unidade Castelo.
“Pensamos em explorar algumas das grandes pandemias e epidemias que assolaram a humanidade ao longo dos séculos, porém, não desejávamos trabalhar apenas a doença, mas a relação entre a evolução de patógenos com a degradação ambiental e exploração dos recursos naturais. As turmas foram divididas em oito grupos, que trabalharam com doenças e temáticas que visavam aguçar a curiosidade, o questionamento e a resolução de problemas ainda enfrentados nos diferentes contextos”, conta a professora de Ciências, Lira Silveira.
A intenção da atividade, segundo Lira, foi aproveitar parte da metodologia, a Pedagogia de Projetos, para proporcionar aos estudantes a possibilidade de serem protagonistas em seu processo de aprendizagem, por meio de interdisciplinaridade, investigação, pesquisa e execução do produto. “A ‘Feira de Ciências’ surgiu como uma necessidade de intervenção e materialização da temática abordada pelo segmento, o 6º ano, que teve como eixo a sustentabilidade e ação do sujeito no mundo”, complementa.
Dentro da temática “O mundo das pandemias”, os estudantes das séries finais prepararam exposição sobre os seguintes assuntos: HIV, vírus influenza H1N1 e H5N1 e pecuária extensiva, além de gripe espanhola, ebola, peste bubônica, varíola, cólera, dengue, zika e chikungunya.
Pela primeira vez participando da Feira de Ciências, João Victor Braga, estudante do 6º ano, disse que gostou da produção dos materiais, da decoração, mas, principalmente, de poder visitar as outras salas. “Superei meu medo, estava com receio de ser mais difícil do que eu pensava”, diz, sobre sua parte na apresentação do trabalho. O tema do grupo de João foi a gripe espanhola. Para ele, falar de uma pandemia já vivenciando outra foi impressionante. “Falei de um vírus que surgiu em 1918 durante a Primeira Guerra Mundial e matou entre 40 e 50 milhões de pessoas. Nunca pensei que passaria por uma pandemia, mas estou muito feliz por nenhum dos meus parentes mais próximos e nem eu termos sido contaminados pelo vírus da covid”, finaliza.
A estudante Sara Santana, também do 6º ano, conta que ficou perplexa ao saber da crise causada pelo vírus ebola, gerando muitas mortes. “Quando se está explicando uma pandemia que já ocorreu — no caso, o meu tema — não pensamos em como realmente é catastrófica e como cria um pânico na população. Somente vivenciando uma pandemia como a covid-19 podemos ter um pouco da noção do que as pessoas passaram”.
Em suas apresentações, os alunos usaram cartazes contendo gráficos, poemas visuais, linhas do tempo, modelos didáticos dos microrganismos, maquetes, experimentos e vídeos. “Parte das produções foram feitas no ambiente escolar, em parceria com os demais professores. Também pudemos contar com o auxílio das famílias na montagem e desmontagem das exposições, o que gerou uma grande parceria e pertencimento na construção educacional dos discentes”, completa Lira Silveira.
Ela se mostrou orgulhosa dos resultados, diante de tantas apresentações especiais. “A análise do resultado do nosso trabalho mostra riqueza de aprendizagem, tornando-a significativa, visto que os educandos tiveram contato com fatos do passado, da atualidade e puderam desenvolver críticas, além de propor soluções para as problemáticas”, fala.
O projeto, desenvolvido ao longo do ano, promete! A intenção, conforme o coordenador Wesley Moraes, da Unidade Castelo, é que o evento se torne anual. “No dia da apresentação dos projetos, a escola foi aberta para a visitação da comunidade escolar”, finaliza.