O que você escreveria para o seu eu do futuro? Os estudantes da Unidade Uberlândia do Colégio Batista Mineiro tiveram essa experiência ao participarem, há seis anos, de uma aula de História que ensinava sobre fontes históricas. Os alunos, que ainda eram crianças, foram convidados a escrever cartas com informações daquela época para eles mesmos. O conteúdo foi depositado junto a outros objetos em uma cápsula do tempo, que então foi enterrada na escola e reaberta na última quarta-feira, 10 de novembro, com a participação de alguns dos estudantes daquele período e dos professores envolvidos.
De acordo com o professor de História e Geografia José Henrique Braga, a ideia da construção da cápsula do tempo surgiu da sugestão de um aluno durante uma aula sobre fontes históricas. “Perguntamos aos estudantes quais as fontes que as pessoas que viverem no ano de 2115 consultariam sobre nossa atualidade, ou seja, 100 anos após aquela data. Isso provocou uma discussão e algumas propostas bem criativas. A partir daí, passamos a programar o que colocaríamos dentro da cápsula. Decidimos também que ela seria aberta na primeira quinzena de novembro de 2021, quando os estudantes estivessem terminando o último ano do Ensino Médio e próximos de ingressar na universidade”, relembra.
O convite ao futuro para os estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental, em 2015, resultou em um reencontro de expectativa e emoção para discentes e mestres. É o que descreve o educador: “Foi uma experiência magnífica, pois associamos os objetivos pedagógicos no ensino de História e Geografia com muita emoção. Como eu trabalho apenas com estudantes de 6º e 7º anos, acabamos perdendo o contato diário com muitos deles, em especial com aqueles que mudaram de escola nesse período. Com a abertura da cápsula do tempo, reencontramos alunos e ex-alunos que não víamos há muito tempo”, conta José Henrique.
Para Amanda Rodrigues Leandro, estudante de 17 anos da 3ª série do Ensino Médio, a experiência de testemunhar a abertura da cápsula foi única e incrível. Para ela, o momento possibilitou uma viagem no tempo, pois pôde reencontrar colegas com os quais estudou há seis anos, e a leitura da sua carta, armazenada no objeto, trouxe a recordação de bons momentos vividos e principalmente a lembrança de seus propósitos. “Na minha carta, escrevi mais sobre as amizades que conquistei, porém, ao lê-la, recordei das expectativas que tinha para mim na época, um sentimento nostálgico que me deixou muito grata por ter me tornado quem sou hoje. Creio que este seja um dos propósitos de um registro histórico, como uma cápsula do tempo: poder lembrar do passado, observar a evolução e gerar ainda mais expectativas de melhora para o futuro. Ademais, especialmente por conta da pandemia, acredito que a abertura da cápsula se tornou um momento ainda mais aguardado e especial. Não há palavras para descrever o reencontro com amigos com quem compartilhei dias incríveis e professores que tanto me ensinaram, ambos cruciais para minha história”.
O professor José Henrique acredita que a atividade trouxe uma mensagem de crescimento e perseverança para os alunos, para que lutem por seus sonhos e objetivos nesta nova fase que se inicia. “Esse projeto me fez refletir o quanto sou grato por ter participado de momentos na vida desses estudantes, de ter contribuído para o crescimento deles e os levado a sonhar ainda mais com o futuro. Estudamos e aprendemos bem sobre fontes históricas, além de deixar a dica de buscarem em outra ‘fonte’ a vida e a luz para clarear o futuro. ‘Tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho’, Salmo 119:105”, afirma.
Confira abaixo os registros atuais da abertura da cápsula e também fotos de 2015 dos estudantes e professores que participaram da atividade: