Agora careca, Thiago Shiloh, ex-estudante do Colégio Batista Mineiro – Unidade Floresta, é um dos aprovados da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O futuro engenheiro civil tem muito o que comemorar, após passar dois dos três anos do Ensino Médio no ensino remoto.
Se para uns a pandemia prejudicou a educação, para outros ela se tornou um motivo a mais para correr atrás dos seus objetivos. Thiago explica que sua adaptação ao modelo de ensino à distância foi um dos momentos mais desafiadores desse período. “Considero que a interação social com colegas e professores por meios virtuais foi um ponto difícil e inicialmente frustrante”. Apesar do começo de difícil ajuste entre o discente e a educação à distância, Thiago conta que se dedicou ainda mais aos estudos para obter o resultado desejado. “Acredito que a minha participação e meu envolvimento nas aulas formaram uma base sólida para alcançar a aprovação. Além disso, pude contar com meus amigos na criação de um forte senso de comunidade, em que nos fortalecíamos tanto em grupos de estudo, quanto em momentos de descontração”, diz.
A equipe de educadores do Colégio Batista Mineiro oferece ao estudante, durante a 3ª série do EM, especificamente, uma imersão ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dentro do planejamento estratégico escolar os estudantes trabalham com resoluções de questões, interpretações de texto, desenvolvem métodos de como fazer a prova, realizam simulados durante o ano e junto com os professores mensuram seu desempenho nas avaliações por meio de gráficos. As orientações acontecem tanto no pré-Enem quanto no período após a prova, os estudantes são aconselhados pelos professores sobre o sistema de educação no país e as formas de ingresso às Universidades, mesmo que fora do Brasil, como é o caso de Portugal, que aceita a nota do Enem em suas instituições de ensino.
De acordo com a professora de Geografia que acompanhou o ex-estudante nos dois últimos anos do Ensino Médio, Luciana Magalhães, a dedicação do Thiago foi primordial para alcançar um bom resultado. “Lembro que uma vez ele me procurou para fazer um novo quadro de estudos. Ele tentou fazer uma vez e não deu certo, (pois) não era alinhado com a rotina de estudos. E ele teve essa disposição em tentar novamente e buscar novas estratégias”, expõe.
A mãe de Thiago, Juliana Machado, diz que o filho, participativo e bem relacionado com os colegas, planejou passar na UFMG e aproveitou todos os recursos que o Batista proporcionou para alcançar seu alvo. “Também foi de suma importância para o sucesso e o ingresso na Federal o apoio e a convivência com amigos que estavam passando pela mesma experiência, já que um senso de comunidade é criado nessas circunstâncias”.
Como todo estudante focado, Thiago teve que abdicar de muitos momentos prazerosos para se dedicar ao que mais queria, a engenharia civil. Juliana relata que foi necessário a colaboração de todos os familiares nesse período. “A família toda pegou como seu o projeto de passar na UFMG. Quando ele passou para o 1º ano do Ensino Médio, as coisas mudaram um pouco. Reorganizamos nossa rotina para o Thiago se dedicar mais aos estudos e ter sucesso. No terceiro ano do EM, a rotina de estudos dele ficou ainda mais apertada, e estudar foi uma prioridade que estipulamos”, comenta.
A professora de Biologia do Thiago, Renata Netto, ficou impressionada com a motivação do ex-estudante, apesar de conhecê-lo por pouco tempo. Renata afirma que o ex-estudante se manteve atento diariamente às aulas remotas. “Dividiu conosco seu espaço para estudos, acompanhou todas as discussões no chat, compartilhou seus conhecimentos ´tecnológicos´— o que viabilizou seu suporte em momentos de gaps online, interagiu com a aula, professor e colegas.”
Agora que a fase pós-Enem e vestibular passou, Thiago consegue aproveitar os hobbies que quase não praticava por conta da rotina de estudos. Com a cabeça “mais leve”, literalmente, Thiago ocupa seu tempo com outras atividades, como tocar violão, ler, sair com os amigos e estudar matemática — ocupação um tanto diferente.