Vivemos em um mundo onde o dinheiro está presente em quase todos os aspectos da vida. Compreender seu valor, aprender a administrá-lo e tomar decisões financeiras conscientes são habilidades que impactam não só o presente, mas moldam o futuro. Pensando nisso, a Rede Batista de Educação (RBE) lança uma série especial sobre educação financeira voltada para uma abordagem com crianças e adolescentes. Ao longo das próximas semanas, você encontrará conteúdos práticos, reflexivos e direcionados às famílias, com o objetivo de preparar as futuras gerações para lidar com o dinheiro de forma inteligente e responsável.
Para abrir essa série, convidamos o coordenador de área e professor da trilha formativa em Educação Financeira da Rede Batista de Educação, Luiz Augusto Azevedo, carinhosamente chamado de Guto, para uma conversa esclarecedora sobre essa temática. Ele compartilhou dicas valiosas e ensinamentos que mostram como a educação financeira pode ser introduzida de maneira simples desde a infância. Você vai descobrir, por exemplo, qual a melhor idade para começar a falar sobre dinheiro com os filhos e quais estratégias podem ser aplicadas no dia a dia da família.
Está curioso para saber mais? Fique atento às próximas publicações e embarque conosco nessa caminhada de conhecimento, que vai transformar o modo como você e sua família lidam com o dinheiro.
RBE – Qual a idade ideal para começar a ensinar educação financeira às crianças?
Guto – A educação financeira pode começar desde muito cedo. Um momento especial surge quando a criança começa a entender o conceito de troca. Em alguns casos, é possível iniciar esse processo por volta dos 3 ou 4 anos de idade. Nessa fase, as crianças começam a perceber que os pais usam dinheiro para comprar coisas. É um bom momento para introduzir conceitos básicos, como o valor das moedas e cédulas, ou a ideia de que é preciso trabalhar para ganhar dinheiro.
Ainda que seja sugerida essa referência, não existe, na verdade, uma idade “certa” ou “errada”, mas quanto mais cedo os pais começarem, melhor. O importante é adaptar o ensino à idade da criança, usando linguagem e exemplos adequados. Por exemplo, com crianças pequenas, é interessante usar brincadeiras e jogos para ensinar conceitos financeiros de forma divertida.
À medida que a criança cresce, conceitos mais complexos podem ser inseridos aos poucos. Por exemplo, por volta dos 7 ou 8 anos, já é possível falar sobre poupança e planejamento. Na adolescência, temas como investimentos e empreendedorismo podem ser abordados.
Acima de tudo, o exemplo dos pais é fundamental. As crianças aprendem muito observando como os adultos lidam com dinheiro no dia a dia. Portanto, além das lições diretas, é importante que os pais demonstrem bons hábitos financeiros em suas próprias vidas.
RBE – Como os pais podem equilibrar o ensino de poupar e gastar de maneira consciente?
Guto – Primeiramente, é importante que os pais ensinem às crianças o valor do dinheiro e como ele é obtido. Isso pode ser feito por meio de pequenas tarefas domésticas remuneradas ou uma mesada, dependendo da idade da criança. O objetivo é que elas entendam que o dinheiro é fruto do trabalho.
Em seguida, é interessante dividir o dinheiro em três partes: uma para gastar, outra para poupar e uma terceira para doar. Essa abordagem ajuda a criança a entender que nem todo dinheiro deve ser gasto imediatamente.
Além disso, é interessante que os pais incentivem as crianças a fazerem escolhas. Por exemplo, se a criança quer comprar um brinquedo, os pais podem ajudá-la a comparar preços e qualidade, ensinando-a a fazer escolhas informadas.
Quanto à poupança, é interessante que os pais ajudem as crianças a estabelecerem metas de curto, médio e longo prazo. Isso pode ser feito de forma visual, como um cofrinho transparente ou um gráfico na parede, onde a criança pode ver seu progresso.
Também é importante permitir que as crianças cometam erros financeiros, em pequena escala, naturalmente. Se uma criança gasta todo seu dinheiro em doces e depois não pode comprar algo que realmente queria, ela aprende uma valiosa lição sobre planejamento.