*escrito por Daniela de Moraes Zanini
Ainda no ventre materno, é possível iniciar um processo de construção do sujeito leitor. Mesmo na vida intrauterina, o bebê já pode ser estimulado pelas vibrações produzidas durante a leitura da mãe, e estudos comprovam que isso vale até mesmo para o pai e terceiros.
A leitura diverte e amplia horizontes, por isso leitores competentes serão consequentemente escritores competentes, pois a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática da leitura.
Continuar lendo para o bebê após o nascimento, possibilitando o acesso aos livros em uma pequena biblioteca em seu quarto, dando livros de presente, fazendo com que ele perceba a alegria pela leitura e o exemplo, claro, fazem com que a criança cresça com o hábito e o prazer de ler.
Na idade de 0 a 3 anos de idade, é fundamental que a criança veja adultos lendo sozinhos e para ela e que nessa fase já manuseie livros com imagens atrativas, texturas diferentes e tamanhos variados. Essa primeira leitura é a base para o futuro. Mesmo antes de aprender a falar, o bebê já se beneficia do contato com livros e da voz dos pais. A leitura precisa ser realizada com entusiasmo, modulando a voz, fazendo pausas para que o bebê possa interagir, achando graça em momentos engraçados, mudando a feição quando a parte da história é triste ou assustadora.
A partir dos 5 anos de idade, crie uma rotina de leitura; reserve um tempo do dia para ler com a criança, como antes de dormir ou após o jantar, ou até mesmo se deitarem juntos por uns 10 minutos para cada um ler o que gosta. O importante é criar o hábito e mostrar que a leitura é uma atividade prazerosa e importante, que faz parte do dia a dia como escovar os dentes. Deixe os livros ao alcance das crianças, tenha livros em estantes baixas ou caixas organizadoras, para que as crianças possam pegá-los quando quiserem. Leve a criança a bibliotecas e livrarias, pois a escolha do livro é um momento importante e prazeroso. Deixe-a escolher os livros que ela quer ler, mesmo que não sejam os que você teria preferido. O importante é que ela se sinta atraída pela leitura. E como dito acima, as crianças aprendem muito observando os adultos. Se os pais demonstram prazer pela leitura, o(a) filho(a) terá mais chances de seguir o seu exemplo.
Mas, se o sujeito não é mais um bebê e não está mais na primeira infância, há ainda possibilidades de adquirir tal prazer pela leitura? Claro que sim! Respeite os gostos do(a) seu(sua) filho(a) nessa fase, pois é importante que o(a) adolescente se sinta à vontade para escolher os livros que quer ler. Não force a leitura de livros que ele(a) não gosta, pois isso pode ter o efeito contrário e afastá-lo(a) da leitura. Incentive-o(a) a falar sobre os livros que está lendo. Pergunte o que está achando da história, quais personagens mais gostou e o que aprendeu com a leitura. E-books e audiolivros são uma ótima opção para os adolescentes que gostam de tecnologia. Além disso, eles podem ser mais práticos para carregar e para ler em diferentes lugares. Continue dando o exemplo! Mesmo na adolescência, os pais continuam sendo um modelo para os(as) filhos(as).
A leitura não pode ser forçada e nem ter tempo estipulado. O importante é a rotina, não a quantidade de páginas lidas por dia. Permita que seu(sua) filho(a) defina a quantidade e o que quer ler e celebre pequenas conquistas. Lembre-se que o objetivo principal é formar leitores que sintam prazer na leitura e que a vejam como uma fonte de conhecimento, diversão e enriquecimento pessoal. Seguindo essas dicas, você plantará sementes que darão frutos por toda a vida de seus(suas) filhos(as).
*Coordenadora Pedagógica