Texto escrito por: *Márcio Soares e *Nicolas Bastos
O cérebro humano é um órgão fascinante e complexo, capaz de aprender, se adaptar e evoluir ao longo da vida. Mas, diferentemente do que se acreditava no passado, a aprendizagem não ocorre de forma isolada, baseada apenas na memorização e no raciocínio lógico. Estudos em neurociência mostram que as emoções desempenham um papel fundamental nesse processo, influenciando nossa capacidade de reter informações, tomar decisões e interagir com o mundo ao nosso redor.
A Rede Batista de Educação trabalha as emoções com seus estudantes por meio do Programa de Formação Ética e Socioemocional Bene:), e a aprendizagem socioemocional é trabalhada como parte essencial do desenvolvimento humano. Ao considerar como o cérebro processa emoções e aprendizado, os educadores podem criar estratégias mais eficazes para ensinar e aconselhar os estudantes, fortalecendo tanto o conhecimento acadêmico quanto as habilidades para a vida.
Nosso cérebro não separa emoção e raciocínio. Pelo contrário: a forma como nos sentimos afeta diretamente nossa capacidade de aprender. Para entender isso, é importante conhecer algumas estruturas cerebrais essenciais nesse processo:
Esses mecanismos explicam por que um estudante emocionalmente equilibrado aprende melhor. Se ele tem medo de errar, por exemplo, seu cérebro ativa respostas de estresse que dificultam a retenção do conteúdo. Por outro lado, quando se sente seguro, acolhido e motivado, seu cérebro libera dopamina e serotonina, neurotransmissores que favorecem a memória e o aprendizado.
A aprendizagem socioemocional na prática
A aprendizagem socioemocional é uma abordagem que integra o desenvolvimento de competências emocionais, sociais e éticas ao ensino tradicional. No Programa Bene:), essa formação acontece de forma estruturada, conectando o conhecimento teórico ao desenvolvimento do caráter e das relações interpessoais.
Veja como isso se traduz no dia a dia escolar:
Gerenciando a ansiedade antes de uma prova
Um estudante sente medo antes de uma avaliação e diz ao educador que “vai dar branco”. Em vez de apenas reforçar o conteúdo, o educador pode ajudá-lo a compreender suas emoções.
Ao aprender a reconhecer e controlar sua ansiedade, o estudante melhora seu desempenho e desenvolve autoconfiança.
Lidando com conflitos entre estudantes
Dois estudantes brigam por um desentendimento na sala de aula. Um deles age impulsivamente, grita e não consegue ouvir o outro.
Ao praticar o diálogo e a escuta ativa, os estudantes fortalecem o córtex pré-frontal, melhorando o controle emocional e a capacidade de resolver conflitos.
Como a neurociência e o programa socioemocional transformam a educação
A abordagem do Programa Bene:) está alinhada às descobertas da neurociência, pois entende que o aprendizado não acontece apenas pela transmissão de informações, mas pela criação de um ambiente emocionalmente seguro e estimulante. Isso significa que:
Ao unir a neurociência à aprendizagem socioemocional, os educadores não apenas ensinam conteúdos, mas formam seres humanos mais resilientes, éticos e preparados para a vida.
Afinal, aprender não é apenas decorar informações, mas construir um cérebro capaz de pensar, sentir e agir de maneira sábia e consciente.
*Márcio Soares – gerente executivo do Instituto Hexis – Programa Bene:) Formação Ética e Socioemocional.
*Nicolas Bastos – coordenador do Batista Família.