Quando nos deparamos com alguma situação diferente do que estamos habituados é natural ter insegurança. No caso das crianças, podemos dizer que essa sensação é ainda mais intensa: quando precisam se adaptar a um novo ambiente, novas pessoas em sua convivência e novos hábitos, o momento de transição demanda atenção dos responsáveis e de educadores. Assim, a insegurança vai passando à medida que a criança se acostuma com a novidade.
O que antes era totalmente estranho vai se tornando cada vez mais, normal. Cada criança age e reage de formas diferentes. Por isso os pais devem trabalhar com a criança antes de inseri-las ao novo ambiente. Algumas dicas:
É um momento difícil para a criança e para os responsáveis, mas é necessário firmeza, claro, sem esquecer que ela precisará também do seu colo e da sua paciência, pois, momentos de separação não são fáceis.
Na hora da recepção e despedida dos familiares, é comum haver um momento de choro. Momento que faz parte da adaptação da criança ao novo ambiente. É importante passar por esta fase com tranquilidade e em parceria com os pais, sempre procurando transmitir segurança, afeto, acolhimento e transparência.
Por isso, é importante instruir e tranquilizar, procurando incluí-los em todas as fases do processo. Assim, será mais tranquilo para a criança e para quem faz parte de seu convívio.
O processo de separação dos pais também é doloroso, principalmente quando é a primeira vez em que a criança vai para a escola. É importante tanto para os pais, como para os educadores, fazerem com que esse processo seja o mais tranquilo e natural possível, mostrando à criança o porquê dela estar ali, dizendo sempre a verdade.
Um dica é levar objetos pessoais da criança como paninho, bico, brinquedos e outros objetos de apego da criança, pois esses objetos dão segurança emocional, remetendo ao conforto do ambiente familiar. Com o tempo, esse significado vai se perdendo e o professor poderá delimitar momentos em que tais objetos sejam deixados de lado para não atrapalhar movimentos no momento das atividades. Durante esse processo, é fundamental que a criança se sinta segura e perceba que está no meio de pessoas confiáveis.
O choro também é uma forma de comunicação, mas existem crianças que costumam não chorar, mas que precisam de cuidados e um olhar dos educadores de maneira especial também, demonstrando carinho, afeto e confiança a elas.
Aconselhamos aos pais de crianças menores, que ainda não andam, entregá-la ao colo da professora, sem prolongar o tempo de despedida, pois a criança percebe a insegurança dos pais fazendo com que a adaptação demore mais. Se a criança for maior, incentive-a a entrar andando e carregando a mochila, merendeira ou pasta.
No início, aconselhamos aos pais, deixarem as crianças por pequenos períodos de tempo, aumentando gradativamente conforme vão acostumando e adaptando com a escola, professores e colegas.
É importante também, trabalhar sempre com a verdade, despedindo da criança quando for deixá-la na escola, dizendo que voltam para buscá-la. A despedida é fundamental para a adaptação. Por mais difícil e doloroso que seja para ambos, construir uma relação com os filhos pautada na confiança e na honestidade é sempre melhor. A clareza da despedida é saudável e necessária.
É normal que nas primeiras semanas de adaptação a criança poderá ficar mais sensível em casa, pois a mudança traz insegurança, medo, frustração, e irritação.
Sabemos que é difícil para os pais verem tudo isso acontecer, mas as crianças precisam aprender a lidar com essas emoções, pois fazem parte do seu desenvolvimento.
Em suma, a fase de adaptação é um processo lento e gradual, é necessário criar uma rotina de acordo com a faixa etária que não fuja da rotina que será desenvolvida durante o ano.