Com o Sarau Literário e o Congresso Jovem Cidadão, os estudantes exercem autonomia e liderança. Na Mostra Brasileira de Foguetes, é a interdisciplinaridade que entra em cena. Já os projetos Iguais e Diferentes e Heróis da Educação contribuem para o exercício da cidadania. Por meio do Sarau na Arca de Noé, as crianças passam pelo processo de alfabetização a partir da multiculturalidade, desenvolvendo também o autoconhecimento. As Estações de Conhecimento Vegetal, por sua vez, trabalham com as turmas o compromisso ambiental.
Em comum, todas essas iniciativas cumprem a missão do Colégio Batista: contribuir para a educação integral dos estudantes. Com o entendimento de que o ser humano é formado pelas dimensões cognitiva, socioemocional, corporal e espiritual, todos os projetos e as atividades do Batista, sejam dentro ou fora de sala, têm a formação integral como fio condutor.
Agentes de mudança
Perceber-se como agentes de mudança da sociedade. Essa é, por exemplo, uma das propostas do projeto Heróis da Educação, do 1º ano do Ensino Fundamental da unidade BH Floresta/Séries Iniciais. Para isso, a iniciativa trabalha o significado da palavra “herói”, estimulando os estudantes a se perceberem como cidadãos que podem transformar o contexto social em que estão inseridos.
Como explica a coordenadora pedagógica Sara Timponi, como resultado, o projeto tem despertado a valorização do ambiente escolar, a autonomia no processo de aprendizagem, além de motivar o exercício da cidadania e o cuidado consigo, com o outro e com o meio ambiente. “Ao pesquisar, por exemplo, a realidade de escolas de outros países, eles chegam à conclusão de que pequenos ‘atos de heroísmo’, como respeitar os professores e os colegas, podem fazer uma grande diferença e torná-los Heróis da Educação”, ressalta Sara.
Claudia Santos, mãe do estudante Josué Santos Prais Lima, confirma que tem visto muitas mudanças na vida do filho devido ao projeto. “Em casa, ele sempre lembra da água que pode estar desperdiçando, de palavras de gentileza, de jogar o lixo no lugar certo e até nos corrige em alguns momentos”, exemplifica. Ela ressalta ainda que a iniciativa vai além dos conteúdos tradicionais, ao contribuir para a formação pessoal das crianças. “Esse método de aprendizagem trouxe ao Josué momentos de reflexão sobre um comportamento que pode ser melhorado ou alguma atitude corriqueira que, sem perceber, causa danos ao meio ambiente”, completa.
Responsabilidade social
Como destaca a diretora da unidade BH Floresta/Séries Finais, Cláudia Arruda, a vivência da solidariedade vai além do ato de doar bens, estendendo-se à disponibilidade de se envolver com as necessidades das pessoas por meio da dedicação de tempo, atenção e afeto. Com essa visão, a escola efetiva diversas ações em prol da formação humana, como o projeto Iguais e Diferentes, realizado com o 7º ano do Ensino Fundamental.
“A proposta é criar oportunidades para que os estudantes compreendam, sensibilizem-se diante dos problemas sociais e construam uma consciência ética a respeito do papel que podem exercer como cidadãos frente à realidade percebida. Ações como essa promovem impactos positivos no desenvolvimento da alteridade e desafiam os estudantes a ter atitudes mais sensíveis diante das necessidades do próximo. Essa vivência contribui para que os estudantes se tornem mais proativos e conscientes a respeito do quanto é essencial continuar praticando no cotidiano as virtudes do caráter trabalhadas durante o projeto”, afirma a diretora.
De acordo com a coordenadora pedagógica Alessandra Duarte, entre as atividades do projeto estão visitas a instituições sociais e públicas e arrecadação de bens para doação. Ao final, é realizado o Mercado Solidário, cujo objetivo é vender à comunidade os produtos recolhidos. Com o valor levantado, são comprados os materiais solicitados pelas entidades contempladas pela ação. “Não estou acostumada a lidar com dinheiro, dar troco, e no Mercado Solidário faremos isso. Por isso, esse trabalho traz muito amadurecimento, já que trabalha a responsabilidade pessoal, além da social”, ressalta a estudante Helen Farnetti, que tem vivenciado a experiência no projeto.
Trabalho em equipe
O Sarau Literário é outro instrumento de educação integral que tem feito muitos estudantes desenvolverem liderança. Desafiados a criar a releitura de uma obra literária do Romantismo para ser apresentada nos moldes do teatro, com direito a apresentações de danças e recitações de poesias, eles ficam também responsáveis por toda a produção da peça, o que lhes torna possível exercer essa liderança.
Como pontua a coordenadora pedagógica Luciene Toledo, da unidade BH Buritis, dessa forma o aprendizado da literatura significa também adquirir ensinamentos que valerão para a vida toda. Isso acontece porque o Sarau Literário é um grande aliado no desenvolvimento dos estudantes, uma vez que ensina sobre a importância do trabalho coletivo, do respeito ao próximo, de se ter compromisso e agir com autonomia. É ainda uma forma para eles descobrirem talentos e competências, além de ampliarem o senso crítico sobre arte e cultura.
Foi justamente o que ocorreu com a estudante Nathalie Marostegam. “Sempre gostei de teatro, de cantar, de dançar, mas não imaginei que conseguiria me apresentar em público um dia. O sarau e vários outros trabalhos que a escola propõe contribuem muito para o nosso desenvolvimento”, compartilha. Voltado para as turmas da 2ª série do Ensino Médio, o Sarau Literário é também um convite aos estudantes para reviver costumes e valores que precisam ser resgatados pela sociedade.
Autonomia
Trabalhada desde as primeiras séries na escola, a educação integral objetiva o pleno desenvolvimento dos estudantes tendo em vista cada fase em que eles se encontram. Por isso, na busca de atender às necessidades próprias das crianças, a unidade BH Castelo mobiliza várias ações para assegurar a alfabetização de forma lúdica e prazerosa. Um exemplo disso é o Sarau na Arca de Noé, que trabalha com o 1º período do Ensino Fundamental I a linguagem oral, amplia a capacidade de expressão verbal e favorece a construção da consciência fonológica.
Segundo a coordenadora pedagógica Tânia Martins, o projeto proporciona ainda um aumento do repertório artístico e cultural. Para isso, os estudantes usam músicas, parlendas, trava-línguas, danças e brincadeiras para se comunicar e expressar no entrelaçamento entre corpo, emoção e linguagem.
Como plano de fundo desse trabalho, utiliza-se a história bíblica de Noé e sua família. No encerramento, a turma realiza uma bela apresentação em forma de sarau para as famílias. “Por meio desse projeto, despertamos também nos estudantes o trabalho em equipe, a autonomia e o autoconhecimento, permitindo que eles exponham seus sentimentos. Esses são momentos prazerosos, em que cada criança amplia seu vocabulário, além de promover a valorização da criação de Deus e o resgate da nossa rica cultura popular”, avalia a professora Larissa Macedo Vieira.
Protagonismo
Por meio do Congresso Jovem Cidadão, os estudantes do Ensino Médio da unidade Betim dão um verdadeiro show de protagonismo. Com o papel de investigar e analisar criticamente temas de relevância no âmbito das questões políticas, sociais e econômicas, as turmas são convidadas a apresentar todo o conhecimento adquirido no auditório da unidade, onde palestram, debatem e passam por uma banca avaliadora.
Conforme explica a coordenadora pedagógica Viviane Santos, trata-se de um projeto que, além de contribuir para aprofundar conhecimentos, impulsiona os estudantes a colocarem o saber em prática dentro e fora da escola, uma vez que eles precisam propor soluções para os problemas constatados. O resultado? Jovens com visões ampliadas, posicionados e que fazem a diferença na sociedade.
“O congresso é uma oportunidade para o estudante colocar em prática múltiplos conhecimentos e habilidades construídos ao longo dos anos vividos na escola. Entre essas competências, destaco a questão do protagonismo, porque os estudantes ficam responsáveis por toda a construção desse trabalho. Além disso, temos presenciado histórias fantásticas de estudantes que conseguiram superar a dificuldade de falar em público com as apresentações no congresso. É uma iniciativa que contribui muito para a educação integral do estudante”, destaca o diretor da unidade Betim, José Paulo da Silva.
Sustentabilidade
No Colégio Batista, os estudantes aprendem ainda que o exercício da cidadania também passa pela educação ambiental – afinal, é dever de todos cuidar do planeta em que vivemos. Na unidade Ouro Branco, uma das ações realizadas nesse sentido já foi inclusive premiada, ao conquistar o 1º lugar na categoria “Folha” do Prêmio Gerdau Germinar. Trata-se do projeto Estações de Conhecimento Vegetal, que envolve as turmas desde o Maternal até o Ensino Médio.
A coordenadora pedagógica Maria da Conceição Castro conta que, para o projeto, foram construídos um viveiro de mudas e uma sala ecológica. “Inicialmente, os estudantes desenvolvem pesquisas e experimentos relacionados a temas da botânica, além de observarem as relações ecológicas e o valor nutricional dos vegetais”, explica.
Dessa forma, a iniciativa busca promover nos estudantes a conscientização da responsabilidade ambiental, assim como o reconhecimento da possibilidade de intervir de forma positiva no meio ambiente. “Os estudantes se envolvem muito e têm a oportunidade de aprofundar conhecimentos e desenvolver o compromisso do cuidado com o meio ambiente e com a própria saúde. Esse projeto ampliou as possibilidades de realização de trabalhos que contribuirão para a educação integral dos nossos estudantes”, completa Michelle Picinin, professora de Biologia.
Interdisciplinaridade
Para a Mostra Brasileira de Foguetes (MOBFOG), os estudantes da unidade Uberlândia se tornam verdadeiros cientistas – afinal, elaboram experimentos do campo da astronomia ao construir foguetes. Olimpíada experimental de nível nacional, a MOBFOG deu oportunidade ao Colégio Batista de participar ao lado dos melhores do Brasil no Rio de Janeiro, onde recebeu, em 2017, troféu e certificado de 2º lugar das mãos do astronauta Marcos Pontes.
Como ressalta o diretor da unidade Uberlândia, Jean Silveira, a mostra está vinculada a uma das maiores necessidades atuais da educação, que é a proximidade de aplicação prática do conhecimento por meio de tarefas manuais, vindas do conceito da cultura maker. “Além disso, é um projeto que garante uma interdisciplinaridade muito grande ao trabalhar conteúdos de disciplinas como matemática, física e química e ainda a aerodinâmica”, afirma o diretor.
Como destaca a coordenadora pedagógica Meire Mello, o projeto contribui também para a formação cidadã dos estudantes ao fomentar a conscientização ambiental, uma vez que os foguetes são feitos com materiais reaproveitados. O projeto motiva ainda o lado competitivo, já que premia e dá a oportunidade para os melhores de se apresentarem no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). “Trata-se de um projeto que atende os conceitos atuais de desenvolvimento da educação, ao despertar aptidões cada vez mais solicitadas para quem busca se destacar no século 21”, completa o diretor.
Além dessas iniciativas, todas as unidades do Colégio Batista Mineiro contam com projetos que também trabalham as competências destacadas e outras habilidades, com o objetivo de assegurar a educação integral dos estudantes. Dessa forma, a instituição tem contribuído para torná-los cidadãos de bem e que fazem a diferença na sociedade.