“A brincadeira é uma necessidade própria do ser humano. O brincar brota espontaneamente na criança, que, desde bebê, brinca com as próprias mãos, depois com objetos, explorando o mundo de forma própria, sem regras. É uma ação de autoconhecimento que permite fazer relações, reflexões e determinar coisas importantes para toda a sua vida. É por meio da brincadeira que ela cria, imagina, constrói imagens e memórias, se desenvolve corporal, cognitiva e emocionalmente”, diz Maria Lúcia Medeiros, coordenadora do Projeto Brincar, que se iniciou em 2005, fruto da parceria entre o Cenpec e a Fundação Volkswagen, e que tem por objetivo a formação de professores da Educação Infantil de escolas públicas para sensibilizá-los sobre a cultura da infância e ajudá-los a rever suas práticas educativas.
Brincar tem grande importante no aprendizado. É quando as crianças experimentam, descobrem, se desafiam, produzem conhecimento. Por isso, brincar e estudar não estão, necessariamente, separados. “Nossa cultura adota uma concepção cartesiana, que separa corpo e mente, e isso se reflete na escolarização. Nesse modelo de ensino, o aprendizado é entendido como um processo cognitivo que só ocorre no ambiente escolar e é segmentado por disciplinas”, analisa Marcos Ferreira-Santos, professor de mitologia da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (FE-USP). Marcos acredita que, nesse modelo, predomina a reprodução do conhecimento baseado na memória. Já a brincadeira e a experimentação produzem o conhecimento e uma postura crítica.
O professor pode construir e preparar o espaço brincante, estimulando as crianças, mas não pode prever quais brincadeiras serão criadas. Ele se integra a esse espaço, não de forma invasiva nem diretiva, mas sendo convidado a participar das brincadeiras. Muitas vezes, o educador pode acompanhar à distância, de forma indireta, para que, mais tarde, as crianças compartilhem com ele suas descobertas.
As brincadeiras são uma via de mão dupla, que fortalecem o relacionamento e nutrem educador e crianças. Ao brincar com as crianças, ele participa da construção do conhecimento e é capaz de oferecer novas propostas. Ele pode trazer objetos para incorporar às brincadeiras ou propor algo que tenha feito parte da sua infância e que talvez as crianças não conheçam. O educador também pode estimular as crianças a trazerem brincadeiras para compartilharem com o grupo.
Cientes da importância do brincar para o desenvolvimento das crianças nas mais diversas áreas, os professores do Colégio Batista de Vila Mariana se dedicam a trazerem o lúdico para suas aulas. Essa prática enriquece o conteúdo a ser transmitido e facilita a integração da criança com o que está sendo ensinado.
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