Em busca de respostas quanto à evolução da luta contra a desigualdade racial no Brasil pós-abolicionista e a marginalização historicamente construída de homens e mulheres negros, os estudantes do 9 º ano do Ensino Fundamental da Unidade Alphaville participaram de uma roda de bate-papo com a ex-estudante do Colégio Batista Mineiro Flora Ngunga.
O assunto intermediado pela professora de História Karina Rezende teve início a partir de discussões e análises iconográficas sobre políticas de branqueamento da população no Brasil no início do século 20, o racismo ao longo das últimas décadas e as principais diferenças culturais entre Angola e o Brasil. A presença de Flora, segundo Karina, trouxe uma sensibilização e uma reflexão mais profunda sobre o tema. “Por meio da apresentação da Flora sobre a desigualdade imposta pela criação de um discurso que coloca um tom de pele, uma textura de cabelo e um formato do rosto como superior aos outros, os estudantes foram incentivados a pensar em como a desigualdade racial está presente de formas distintas em diferentes espaços sociais que eles mesmos frequentam atualmente”, diz.
As temáticas relacionadas às áreas das Ciências Humanas, como o neocolonialismo, as relações Brasil e África, a escravidão moderna e o Brasil no pós-abolição, foram destrinchadas e contextualizadas ao longo de várias décadas no país. Por ser angolana, Flora pôde falar um pouco sobre a relação entre Brasil e Angola, já que os dois países fizeram parte do Império Colonial Português. Atualmente, segundo informações do Governo Federal, os empreendedores brasileiros investem no desenvolvimento econômico e possuem boas relações migratórias, de forma geral. “Eu vim ao Brasil para estudar. Meu país viveu um longo período de guerra civil que fez com que houvesse uma forte migração. Angolanos buscaram outras oportunidades de estudo, e Deus nos conduziu ao Brasil. Sinto-me muito grata por ter sido acolhida pelo Brasil, pelo Colégio Batista, por tanta gente sublime. O Brasil se tornou minha segunda casa”, acrescenta Flora.