A alimentação complementar é iniciada em torno dos 6 meses da criança e esse é um tema que gera algumas dúvidas e preocupações entre os pais: quais são os alimentos ideais para oferecer ao bebê? Com quanto tempo eu posso introduzir as papinhas salgadas? Qual a quantidade de água que ele deve tomar?
Para responder essas e outras questões, preparamos este artigo. Ao longo do texto, vamos falar sobre a importância da alimentação complementar e apresentar os principais alimentos que devem compor o cardápio da criança. Vamos ainda apontar outros pontos que merecem atenção e cuidado na fase da transição alimentar. Continue a leitura!
Nos primeiros 6 meses de vida, é importante que o bebê seja exclusivamente amamentado, pois o leite materno é um alimento completo, que tem todos os nutrientes que a criança precisa receber para se desenvolver de forma saudável. Com exceção dos casos em que a mãe não consegue amamentar, seja por algum problema de saúde, pela baixa produção de leite ou ainda por outras razões.
A alimentação saudável deve ser estimulada desde cedo, quando chega o momento de apresentar novos sabores ao bebê. A introdução dos alimentos complementares deve ser feita de forma gradual, sem pressa. Os pais e a escola precisam respeitar o ritmo e a aceitação da criança, além de observar as reações que cada alimento pode causar.
Importante frisar que chamamos de alimentação complementar justamente porque os novos alimentos são inseridos no cardápio para somar e não para substituir o aleitamento, ou seja, a criança ainda precisa do leite materno ou das fórmulas infantis.
O consumo diário de alimentos saudáveis é essencial para o crescimento e para o desenvolvimento psicomotor do bebê. Isso porque eles suprem todas as necessidades nutricionais da criança. Além de seu papel fundamental na nutrição, o incentivo desde os primeiros anos contribui para a formação dos bons hábitos alimentares.
O organismo do bebê ainda está em desenvolvimento e é preciso ter muito cuidado com os tipos e com a qualidade dos alimentos oferecidos. Açúcar, temperos industrializados e produtos ultraprocessados devem passar longe da lista.
Em relação ao sal, alguns pediatras orientam o consumo zero, enquanto outros recomendam o uso mínimo para temperar as papinhas principais. Temperos naturais, como alho e cebola, também são permitidos.
Vamos, agora, apresentar os principais itens da alimentação complementar!
Segundo o Ministério da Saúde, depois do aleitamento exclusivo, as frutas são as primeiras opções de alimento para as crianças. Elas iniciam a introdução alimentar, devido ao sabor adocicado que pode ser aceito com mais facilidade pelo bebê.
O fato de morarmos em um país tropical é um ponto positivo, já que temos acesso a uma vasta quantidade de frutas. Elas têm alto valor nutricional, são ricas em vitaminas e minerais, além das fibras que ajudam na regulação das funções digestivas e intestinais.
Mas é preciso começar pelas opções menos ácidas e com baixo risco de conterem proteínas alergênicas. Também é importante observar as possíveis reações, como inchaço, coceira, manchas, vômito, diarreia e até dificuldades respiratórias.
Certamente, quando falamos em colocar sucos no cardápio da criança pequena, nos referimos à bebida natural — feita da própria fruta, sem adição de mel, açúcar ou qualquer outro adoçante — e consumida logo após o preparo. Sucos de caixinha, concentrados, refrescos em pó e refrigerantes são itens que não fazem parte da alimentação complementar do bebê.
Alguns pediatras indicam o consumo do suco somente após 1 ano de idade, porque consideram que as frutas inteiras têm maior valor nutricional e menor índice glicêmico. Já outros especialistas liberam essa opção para o cardápio do bebê desde os 6 meses, a começar por itens como suco de laranja-lima.
As papinhas — cujo nome correto é papa principal e não papa salgada, devido ao não incentivo do uso de sal — devem conter alimentos de diferentes grupos, o que inclui vegetais, proteínas e cereais. Portanto, cada refeição precisa ser preparada com arroz ou macarrão, um tipo de legume ou verdura e uma carne magra.
O arroz precisa ser cozido um pouco mais do que estamos habituados, até ficar com a consistência mais macia, fácil de amassar, para evitar o risco de o bebê engasgar. Caldo de feijão também é liberado desde as primeiras papas, mas o consumo do grão é indicado somente mais tarde, quando a criança já estiver com o sistema digestivo fortalecido.
Um ponto importante a destacar é que as refeições devem ser amassadas com um garfo e não batidas no liquidificador. Assim, a criança se habitua às novas texturas, além de estimular os músculos faciais envolvidos na mastigação.
Assim que o bebê começar a receber alimentação além do leite, é imprescindível que ele beba água diariamente. A água é necessária, em qualquer idade, para a hidratação do corpo e para o equilíbrio de todos os sistemas do organismo. Nos primeiros anos de vida é um elemento vital, devido ao rápido desenvolvimento e à velocidade do metabolismo.
Dos 7 aos 12 meses, a criança precisa ingerir 800 ml de líquidos por dia. Esse número inclui os que estão contidos nos alimentos, entre leite, sucos, frutas, papinhas e a água isolada.
Além da atenção aos tipos de alimentos que podem ser oferecidos ao bebê, outras questões também entram em pauta. Falamos acima sobre a importância da alimentação para o incentivo aos hábitos saudáveis desde cedo. Também é uma forma de a criança desenvolver mais autonomia, inclusive os pais e demais cuidadores devem estimular a independência dos pequenos na hora das refeições.
A criança precisa criar uma relação saudável com os alimentos. Ela pode e deve tocá-los, levá-los à boca sem ajuda, conhecer as diferentes texturas, brincar e se sujar, sem que isso seja um problema.
O momento das refeições também deve ser uma ocasião de interação e aprendizagem mútua. É importante que os adultos proporcionem experiências positivas nessa hora, porque isso facilita a evolução do comportamento alimentar do bebê, além de contribuir para o seu desenvolvimento emocional.
Outro ponto em que devemos ter cuidado é em relação à segurança dos utensílios. Eles devem ser apropriados para criança e não podem oferecer nenhum tipo de risco. Portanto, nada de vidro ou talheres com pontas perigosas.
Por fim, é necessário que o ritmo do bebê seja respeitado, de acordo com o seu aspecto psicomotor. Isso significa que os pais não precisam ficar tão preocupados se outras crianças já conseguem comer várias colheradas, enquanto seu filho ainda reluta em aceitar os alimentos. É preciso ter paciência, porque cada pequeno tem seu próprio tempo para assimilar as novas experiências.
Uma última questão a considerar é a parceria entre os pais e a escola. Como em todos os processos de aprendizagem, é fundamental que os pais colaborem com o trabalho que é feito no ambiente escolar, pois essa aliança facilita o desenvolvimento da criança.
Então, assim que iniciar a alimentação complementar no berçário, a família da criança também deve se preparar para continuar o trabalho em casa e estimular o bebê a se alimentar com a mesma dedicação e paciência que o fazem os cuidadores na escola.
E o seu pequeno, já entrou na fase da introdução alimentar? Participe conosco! Comente aqui no artigo e fale sobre a sua experiência nesse assunto!