Se a criança vai passar por adaptação escolar, seja pela primeira vez ou em uma nova instituição, quanto antes trabalhar isso, melhor – para ela e para os pais. Afinal, não dá para negar que é um momento delicado para toda a família. A criança, de repente, se vê no meio de pessoas estranhas e novas regras com as quais precisa conviver e os pais mal conseguem conter o pavor de imaginar seu “tesouro” sendo entregue aos cuidados dos educadores. Para tentar ajudar nesse processo, temos 12 dicas bem legais:
Primeiro dia no berçário. Não dá para dizer que, porque o bebê não fala, a adaptação será mais fácil. Até completar 9 meses, ele guarda as informações na mente por meio de registros emocionais – e uma experiência que não seja tranquila pode fazer com que ele tema a escola por muito tempo. Para evitar problemas, os pais precisam estar disponíveis para passar por essa fase ao lado dele.
Levar itens que tenham o cheiro do quarto da criança, por exemplo, também vai confortá-lo: pode ser a naninha ou o brinquedo do berço. E é preciso ter atenção especial ao comportamento do filho. Como ele não fala, é preciso observar se ele está se alimentando e dormindo bem, brincando normalmente ou se está com doenças respiratórias. Esses são indicadores de que algo não vai bem. Caso isso aconteça, é bom visitar a escola para ver se estão mantendo a rotina e conversar com a coordenação.
Para a criança que precisará encarar a rotina de aulas pela primeira vez, uma boa maneira de introduzir o assunto é dizer que ela está crescendo e que, por isso, precisa de um espaço para brincar com outras crianças e aprender coisas novas. Levá-la para comprar os materiais escolares ajuda a prepará-la de uma forma estimulante. Para não ficar caro, dê oportunidades de escolha, como “este ou aquele lápis?” ou “qual mochila entre essas três é a melhor?”.
É preciso, porém, sensibilidade para perceber se essa participação está se transformando em ansiedade. É melhor evitar tocar muito no assunto e perguntar, muito antes da hora, se ele já está preparado. Se possível, leve-o para conhecer o colégio quando estiver mais perto do primeiro dia de aula.
A semana de adaptação das crianças que nunca foram à escola é muito parecida na maioria delas. Os pais levam seus filhos por pequenos períodos de tempo, que ficam maiores conforme eles vão se acostumando com a ideia de estarem longe da família. Durante esse processo, é fundamental que a criança se sinta segura e perceba que está no meio de pessoas dignas de sua confiança. Mentir ou sair de fininho pode dificultar as coisas. Se os pais ou responsáveis disserem que estarão esperando no pátio, devem fazer exatamente isso. Os pais que não podem se ausentar do trabalho devem explicar ao chefe que estão passando por um momento delicado e pode ser que precisem sair às pressas em uma emergência.
As primeiras semanas de adaptação deixarão a criança mais sensível. A mudança traz insegurança, medo, frustração, irritação, muitas vezes traduzidos pelo choro. Embora seja difícil ver tudo isso acontecer, aprender a lidar com essas emoções é uma etapa importante do desenvolvimento. Blindar a criança disso só a deixará frágil. Quando o choro aparecer, o melhor é os pais reforçarem que a escola é importante, que sabem que ela está sofrendo, mas acreditam que ela vai conseguir superar. Por mais difícil que seja, mas é necessário firmeza – sem esquecer do colo e da paciência. Afinal, momentos de separação nunca são fáceis.
Ao começar a vida escolar, o dia a dia da criança muda completamente. Por isso, alguns ajustes podem ser necessários para que ela se adapte de forma mais tranquila. É preciso ajustar a hora de acordar, as atividades do dia da criança, o momento da soneca, as refeições e a ida para a escola para que ela não sofra com uma rotina descontinuada. Uma rotina assim traz insegurança e cansaço.
Se a criança entrou com poucos meses no berçário, a mudança de colégio é como se fosse a primeira vez. Nesse caso, é preciso seguir também todas as dicas dadas anteriormente. Para aquelas crianças que já estão adaptadas ao ambiente escolar, mas vão enfrentar uma “mudança de ares”, o processo costuma ser mais simples, mas isso não quer dizer que elas não precisem de atenção. A separação dos amigos, dos professores e até da sala de aula antiga costuma ser dolorosa e a integração a um novo grupo, muitas vezes já formado, é um desafio. Nesse caso, mais do que disponibilidade física, o filho precisará de ajuda emocional.
É importante deixar claro para ele que o contato com os amigos antigos pode ser mantido e ressaltar, de forma positiva, que ele está tendo a oportunidade de ampliar sua rede de amizades e aprender coisas novas. Outro ponto essencial é perguntar como foi o dia na escola nova e o que os pais podem fazer para ajudá-lo a se integrar melhor.
A adaptação com os professores também é fundamental, principalmente para que os profissionais conheçam detalhes de saúde e comportamento dos novos pequenos alunos que só os pais podem contar. Também é interessante pensar em formas de a criança se apresentar aos colegas para facilitar o entrosamento, como incentiva-la a contar aos colegas sobre o fim de semana ou sobre alguma particularidade interessante da família.
Contar para a criança o que ela vai encontrar lá na frente pode ajuda, explicando o que aprenderá durante o ano. Antecipar a turma com que a criança vai conviver, apresentando alguns alunos antes mesmo de as aulas começarem também é bom, para que os alunos já estejam enturmados quando começarem a, de fato, conviver diariamente.
A separação também é difícil para os pais. Por isso, é preciso estar preparado para lidar com esse sentimento ou, pelo menos, aceitá-lo. Não pode haver culpa ou ressentimento por a criança estar bem na escola sem os pais. Uma preparação para esse momento é os pais viverem, mesmo antes do período letivo, momentos sem os filhos – por exemplo, fazer algo sozinho ou em casal, como ir ao cinema, ao salão de beleza, a um restaurante, enquanto o filho está com avós ou outras pessoas de confiança.
Despedir-se do filho na entrada da escola é um dos momentos mais difíceis na vida de uma mãe ou um Mas, nessa hora, os pais não podem deixar que ele perceba a sua angústia e precisam transmitir segurança para que a criança se sinta confiante e independente.
Caso a criança ainda não ande, é preciso passar para o colo da professora com um beijo, mas sem muita enrolação, pois o bebê também sente a insegurança dos pais. Se ela já for maior, é interessante estimula-la a entrar na escola caminhando e levando a própria mochila. Agora, se os pais acham que conseguem se controlar na hora do adeus, considerem pedir para que outra pessoa leve o filho para a escola durante alguns dias.
Será que ele está bem? Está comendo direito? A professora vai ajudá-lo quando ele precisar? Passar o dia pensando nessas questões só vai deixar os pais com rugas de preocupação. Por isso, é preciso manter a cabeça ocupada no período em que ficará sozinho, como marcar um almoço com um amigo que você não vê faz tempo. Se abrir com outros pais que já passaram por isso também pode aliviar a angústia. Eles podem transmitir conforto.
Os pais também precisam de adaptação e integração com os novos pais e professores – e é importante estabelecer esse vínculo logo no início. Participar das atividades propostas pelo colégio, ir aos eventos sociais, como aniversários dos colegas, organizar com outros pais piqueniques ou passeios, como uma ida ao teatro, contribui muito nesse processo. Lidar com as diferenças e ressaltar a importância do convívio social são boas maneiras de dar o exemplo. E estabelecer esse contato é uma forma de incentivar a criança ainda mais a se abrir para novas amizades.
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