Vestir a camisa de um esporte pode ser o início de uma grande amizade. Bola nas mãos ou nos pés, os primeiros passos de uma coreografia, conhecer as regras de uma competição e cruzar as linhas de um jogo pode levar filhos e pais a transcorrerem etapas importantes de aprendizado e crescimento. A prática da atividade física de forma regular proporciona vários benefícios para a saúde e também para o desenvolvimento físico, cognitivo, psíquico e social de crianças e adolescentes.
Segundo o coordenador da Escola Batista de Esportes (EBE), Daniel Claber, a atividade esportiva melhora as capacidades físicas e cognitivas (atenção e concentração) e proporciona maior liberação de hormônios responsáveis pelo bom estado psíquico, como a serotonina. Ainda em relação aos benefícios físicos que o esporte pode proporcionar, o educador destaca a melhora da coordenação motora geral e das capacidades físicas, como força, resistência e flexibilidade, proporcionando maior autonomia em todas as fases da vida.
Mas, em relação aos cuidados, que atenção os pais devem ter em cada fase da infância até a adolescência na hora de escolher uma atividade física para os filhos? Para Daniel, o fator que merece cautela refere-se a quais esportes são mais indicados para cada idade ou que são mais treináveis em uma determinada idade. “Todo esporte que trabalha movimentos naturais do ser humano pode ser iniciado nos primeiros anos de vida; já os esportes que necessitam de uma coordenação motora geral mais ampla devem ser introduzidos mais tardiamente. Contudo, é importante salientar que, quanto mais experiências motoras uma criança tiver, melhor será seu desenvolvimento geral. É importante estar atento aos sinais de motivação dos filhos, pois o esporte na infância deve ser algo prazeroso para ser tornar um hábito”, ressalta.
De acordo com o estudo realizado pela revista The Lancet – Child & Adolescent Health e organizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 81% dos adolescentes em idade escolar em todo o mundo não realizam atividade física satisfatoriamente. A análise foi realizada com dados de 146 países, pesquisados entre 1,6 milhão de jovens de 11 a 17 anos. Ainda segundo a OMS, recomenda-se que adolescentes realizem pelo menos 60 minutos de exercício físico moderado ou intenso cinco vezes por semana. No Brasil, a porcentagem de jovens sedentários atinge os 83,6%.
Aprender a respeitar os seus limites e os colegas, ter espírito de equipe, disciplina, respeito às individualidades e resiliência são benefícios que podem ser trabalhados no esporte por meio da interação social. Daniel Claber explica que a interação social oriunda das atividades esportivas desenvolve competências fundamentais para o desenvolvimento das crianças e adolescentes, além de proporcionar benefícios psicológicos, como a autorregulação emocional e o aumento da liberação da serotonina, que traz bem-estar mental e diminuição do estresse e da ansiedade.